Enem 2021

Reitores da UFPE, UFRPE e UPE defendem o Enem como forma de acesso ao ensino superior

Os três também tranquilizam os vestibulandos de que não há perspectiva de saída das três universidades do Sisu

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Margarida Azevedo

Publicado em 21/11/2021 às 9:22 | Atualizado em 21/11/2021 às 9:25
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Em Pernambuco, o Enem é usado pelas cinco universidades públicas para selecionar os alunos das graduações, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). UFPE, UFRPE, UFAPE e Univasf, as quatro federais, e UPE, única estadual, participam do sistema que é coordenado pelo Ministério da Educação (MEC).

A pedido do JC, os reitores Alfredo Gomes, Marcelo Carneiro Leão e Pedro Falcão, dirigentes da UFPE, UFRPE e UPE, respectivamente, deram suas opiniões sobre o Enem.

Os três também tranquilizam os vestibulandos de que não há perspectiva de saída das três universidades do Sisu. O sistemas continuará sendo a principal forma de acesso aos cursos de graduação.


Alfredo Gomes - UFPE


"Eu particularmente continuo acreditando no Enem, embora a saída do Inep de muitos funcionários técnicos competentes e dedicados, das funções, recentemente, tenha gerado uma situação de muita perplexidade. O que está acontecendo é uma questão de outra ordem e tem a ver com a gestão mais recente da política do Ministério da Educação, do Inep, que tem gerado muita confusão, muita insegurança em torno dessas questões.

O Enem já é aplicado no Brasil há muito tempo e sempre seguiu todos os protocolos de segurança, de sigilo na formulação das questões. Ele faz parte de uma política pública muito bem consolidada, de um investimento que o Estado brasileiro vem fazendo, ao longo de muitos anos, nessa iniciativa que permite o ingresso da população nas universidades. Acho que é uma política pública muito importante e que precisa ser defendida. Eu particularmente faço uma distinção entre essa política pública, de maneira geral, e o que está acontecendo de forma bem específica agora.

Eu estou aqui na esperança de que tudo possa acontecer da melhor forma possível e que o teste seja aplicado de forma adequada, com segurança, uma vez que essa é a expectativa de todos os estudantes que pretendem ingressar na universidade e de seus familiares. Eu continuo acreditando no Enem e acho que as declarações feitas pelo presidente da República não devem se refletir nessas provas.

Nós das universidades devemos cuidar para que isso tenha o menor impacto possível na vida dos estudantes que pretendem ingressar nas instituições de ensino superior. Espero que seja um exame seguro e que, se tiver algum tipo de problema, algum tipo de ocorrência negativa, que seja apurado e devidamente punido pelas instituições responsáveis, como o Ministério Público, a Justiça, o parlamento. Nosso desejo e a nossa expectativa é de que os problemas atualmente existentes sejam superados com a maior brevidade possível junto ao Inep e ao Ministério da Educação".

Marcelo Carneiro Leão - UFRPE

“Acredito plenamente no Enem, como uma das ações mais importantes nos últimos anos, porque ele universaliza a possibilidade de acesso dos nossos estudantes às universidades públicas federais. Esse é um processo extremamente democrático, e, portanto, é fundamental a sua permanência. A confiança do exame está na sua construção técnica, que, até os últimos anos, com o banco de provas e todo o processo, independentemente de governos, tem sido feita dentro do Inep com critérios que devem ser obedecidos.”

Pedro Falcão - UPE


"Nós precisamos continuar acreditando e confiando no exame, independente de governo, porque o Enem se transformou em um grandioso processo seletivo, é a porta de entrada nas Universidades públicas do país e, nesta direção, é um patrimônio da Educação Brasileira. Desta forma, ele tem que ser visto como um exame que transcende qualquer posicionamento ideológico. Mesmo tendo tido perdas nos últimos tempos, por exemplo, a falta de continuidade do PNAEST, política que permitia o financiamento e permanência de estudantes na Educação Superior Estadual ou Municipal (não é só acesso, mas também a permanência do estudante que deve ser entendida como prática permanente pelo Governo Federal), o ENEM se apresenta como uma política pública consolidada. Assim, o profissionalismo deve permanecer perante a equipe técnica responsável porque o sonho de milhões de estudantes está em jogo. O ENEM influencia e orienta a melhoria do Ensino Médio no país. Nesse sentido, MEC e INEP deve promover gerência e compromisso sobre as diversas instâncias das provas, desde a elaboração até a aplicação, em todas as regiões e cidades, com responsabilidade.

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