COLUNA ENEM E EDUCAÇÃO

Situação financeira da UFRPE permanece incerta e preocupante

Reitor da UFRPE, Marcelo Carneiro Leão esteve em Brasília, no MEC, mas não obteve nenhuma garantia de repasse de verbas para pagar as contas até dezembro deste ano

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Margarida Azevedo

Publicado em 26/09/2022 às 17:35 | Atualizado em 26/09/2022 às 17:35
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A duas semanas para concluir o ano letivo de 2021 - foi atrasado por causa da pandemia de covid-19 - o cenário financeiro da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) permanece incerto. O apelo feito pelo reitor Marcelo Carneiro Leão ao Ministério da Educação (MEC) para recomposição mínima do orçamento não surtiu efeito até agora.

Não há sinalização, por parte do governo federal, de envio de recursos para que a instituição consiga pagar as contas até o final de 2022, o que põe em risco o início do ano letivo de 2022, programado para 8 de novembro.

"Estive no MEC, em Brasília, no dia 15 de setembro. Mostrei a situação da UFRPE. Precisamos de R$ 14,5 milhões para pagar as contas até o final deste ano. Apesar de reconhecer as dificuldades, não tivemos nenhuma resposta concreta do ministério sobre repasse de recursos", explica Marcelo Carneiro Leão. Ele se reuniu com o secretário de Ensino Superior do MEC, Wagner Villas-Boas.

O reitor informa que marcará reunião com os três conselhos da UFRPE para a metade de outubro. Será quando a comunidade universitária decidirá como fará para começar as atividades acadêmicas de 2022 diante da falta de dinheiro para pagar contas básicas como de água e energia.

O ano letivo de 2021 acaba em 8 de outubro. Depois haverá férias, com retorno programado para 8 de novembro. "Conseguiremos pagar algumas contas em outubro", diz o reitor.

ADIAR PAGAMENTO DE CONTAS

Ele pretende se reunir com a presidência da Neonergia, empresa de Pernambuco responsável pelo fornecimento de energia, para mostrar a dificuldade em pagar as contas de novembro e dezembro.

"São cerca de R$ 700 mil por mês com energia, ou seja, R$ 1,4 milhão para novembro e dezembro. Vamos dialogar com a Neonergia e pedir que o pagamento dessas contas seja adiado para o início de 2023", explica Marcelo Carneiro Leão.

Paralelamente, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) está tentando, junto ao Congresso Nacional, que seja aprovado um projeto de lei para assegurar verbas para que as instituições consigam ao menos arcar com as despesas deste ano.

"Depois do primeiro turno das eleições vou tentar conseguir alguma emenda parlamentar para a Rural", diz o reitor.

ESFORÇO COLETIVO

"Faremos de tudo para não parar as atividades e começar mesmo o ano letivo de 2022 em 8 de novembro, como está previsto no nosso calendário acadêmico. Talvez uma solução seja iniciar sem aulas práticas, no primeiro momento, para não prejudicar o semestre", comenta Marcelo Carneiro Leão.

Os três conselhos que o reitor se referiu e que serão convocados para decidir o funcionamento da instituição, caso não entrem recursos federais este ano, são o Universitário, o de Ensino, Pesquisa e Extensão e o de Curadores. "Todos estão a par da realidade orçamentária da Rural", destaca o reitor.

A comunidade acadêmica da UFRPE é formada por cerca de 22 mil pessoas entre alunos, professores, técnicos e profissionais terceirizados. Há câmpus em quatro cidades pernambucanas: Recife, Cabo de Santo Agoatinho (Região Metropolitana), Belo Jardim (Agreste) e Serra Talhada (Sertão).

Há ainda o Colégio Agrícola Dom Agostinho Ikas, que fica em São Lourenço da Mata, no Grande Recife. Somente na graduação existem cerca de 13 mil estudantes. Há mais três mil na pós-graduação.

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