Camilo não descarta Centrão no FNDE e diz que prioridade será educação básica; futuro ministro revela prioridade do MEC no governo Lula
Camilo Santana se pronunciou nesta quinta-feira (22), no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede do governo de transição em Brasília
Camilo Santana (PT), futuro ministro da Educação, disse nesta quinta-feira (22) que o foco de seu trabalho será recuperar a educação básica do País.
Confirmado no cargo pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Camilo não fechou as portas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (FNDE) para nomes do Centrão. As informações são da Estadão Conteúdo.
Em breve pronunciamento realizado no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede do governo de transição em Brasília, o futuro ministro se limitou a dizer que pretende realizar uma discussão ampla sobre quem ficará à frente do FNDE.
"Vou conversar com especialistas para definir o melhor perfil. O meu perfil, como gestor, é de diálogo", destacou Camilo.
O VALOR DO FNDE DENTRO DO GOVERNO
O FNDE é um dos órgãos mais cobiçados pelo Centrão porque faz obras e contratos de grande valor, em todo o País. Durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), foi um dos focos da corrupção que derrubou o ex-ministro Milton Ribeiro e expôs a deficiência nas políticas públicas educacionais.
Pastores do MEC influenciavam a destinação de verbas do FNDE conforme interesses pessoais, mesmo sem ligação formal com o ministério. O caso foi revelado pelo Estadão.
Também era operado pelo FNDE o esquema das "escolas fake" do governo Bolsonaro, onde novas obras eram anunciadas nas cidades por motivação eleitoral sem que houvesse garantia de recursos para realizá-las.
Atualmente, quem preside o FNDE é Marcelo Ponte, apadrinhado do chefe da Casa Civil de Bolsonaro, Ciro Nogueira (PP).
Sem indicar um veto às negociatas políticas com o fundo de financiamento estudantil, Camilo enfatizou que retomará o investimento na formação escolar de nível fundamental e médio. O Ex-governador do Ceará seguiu a toada do discurso de Lula e disse que o governo Bolsonaro "desorganizou a educação".
Segundo ele, é necessário que seja implementado o sistema nacional de educação. Camilo afirmou, ainda, que os danos provocados pela pandemia de Covid-19, como a evasão escolar de mais de 650 mil crianças, segundo o Censo Escolar, será o foco da nova gestão do Ministério da Educação (MEC).
"É uma determinação do presidente colocar a educação como prioridade, principalmente a educação básica. É preciso voltar a ter visão sistêmica da educação. O foco é a educação básica, da educação infantil ao ensino médio", disse Camilo. "A minha ideia é que será um ministério de pactuação social e federativa", completou o futuro ministro da Educação.
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