Prioridade para os jovens

Publicado em 04/10/2012 às 12:41
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Quando o adolescente Iury Wilker de Lima morreu trucidado aos 16 anos, dentro do Centro de Atendimento Socioeducativo de Abreu e Lima, há um mês, o Estado assistia a um dos piores capítulos da falência da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase). O órgão fracassou na missão de recuperar jovens em conflito com a lei e claramente não se tornou prioridade para o governo de Pernambuco. O mais desalentador é que, no ritmo que andam os investimentos na Funase, a situação não deve melhorar tão cedo. Aos números: estão hoje confinados nos Cases, como presidiários, 1.384 adolescentes. Quase dez vezes mais que os 144 atendidos em outro modelo de ressocialização, as Casas de Semiliberdade (Casems). Em junho, o Estado prometeu R$ 85 milhões para construir 11 casas como essas, com estrutura para dar aos jovens o acesso à educação, à saúde e ao esporte que lhes foi negado por toda a vida. Considerando que cada unidade tem 90 vagas, cerca de um terço dos que abarrotam os Cases de hoje não terão chance de se reintegrar à sociedade. A razão para relegar tantos jovens à exclusão não é financeira. Em junho, após o anúncio das 11 novas unidades da Funase, a promotora da Infância e Juventude do Ministério Público Ana Carolina Paes de Sá deixou claro para o JC o que falta aos governantes: “Existem várias fontes de financiamento na esfera do governo. O que precisamos agora é agir.”

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