Zoológico de Dois Irmãos sem a ilha dos macacos

Publicado em 31/05/2015 às 7:00
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RB300614059 Zoo de Dois Irmãos tem alamedas limpas, mas precisa de reparos e requalificação. Mesmo assim, passeio vale a pena. Dizia o cantor Raul Seixas, que ir ao zoológico, "dar pipoca ao macaco", era "tudo isso um saco". Nem todos, no entanto, pensam assim. O de Dois Irmãos, por exemplo, pode nem ser um primor. Mas recebe nada menos que 300 mil visitantes por ano. São crianças e adultos que buscam respirar melhor, no meio de tanto verde. E que se divertem, vendo os seus 537 animais, ou fazendo trilhas com guias autorizados. Aos sábados e domingos, vira uma festa. A coluna JC nas ruas foi lá conferir. A primeira observação: as alamedas,  passeios e entornos das jaulas onde ficam os animais, não tinham um só papelzinho no chão. Em matéria de limpeza em parque, a colunista já tinha visto cena igual. Mas não no Recife. E sim, em Orlando, nos Estados Unidos. Ponto positivo. Mas ao contrário da parte terrestre, não se pode dizer o mesmo dos dois açudes que ficam na área de visitação: o do Meio e o Dois Irmãos. Estão com tanta vegetação, que nem se vê a água. Também não possuem os divertidos pedalinhos do passado. Ponto negativo. E sumiram os búfalos do primeiro. Já os macaquinhos da ilha do segundo também desapareceram. Culpa de uma fêmea, trelosa que só ela. Conta a direção do zoo que, mais afoita, ela morava na ilha com seus similares, e... aprendeu a nadar. E foi da ilha para a borda do outro lado do açude, onde ficam os visitantes. Chegou a se atracar com uma criança. O gerente do Parque Estadual Dois Irmãos,  George do Rego Barros, informou que os animais podem voltar a habitar a ilha."Mas só depois que for encontrado um meio que não coloque em risco a segurança dos frequentadores do zoo", disse. Informou que os búfalos foram retirados porque danificavam a vegetação. O zoo tem mais de 384 hectares, mas integra uma outra área de 1.108 hectares, que compõem o Parque Estadual Dois Irmãos, hoje quase um retalho do verde que sobrou de Mata Atlântica. De acordo com o gestor, apesar da área grande, o zoo só possui seis varredores. Eles ficam atentos àqueles que jogam lixo no chão. Recolhem na frente das pessoas, digamos carentes de educação doméstica, como forma de intimidá-las um pouco. O zoo está implantando, também, um sistema através do qual os próprios varredores separam o lixo reciclável. Garrafas pets, papelão, latinhas, tudo para ser vendido. A renda será dividida: metade fica com os varredores e outra metade vai para complementar as despesas com manutenção do local. A iniciativa é boa. Lixo nem sempre é lixo. Em alguns países da Europa, como a França, há muitos edifícios que pagam os custos do condomínio com o dinheiro que arrecadam com a venda de material reciclável. Pelo menos, era assim com uma amiga da colunista,  no prédio onde morava. Ninguém desembolsava, um só tostão, com despesas de condomínio. Ele se pagava com a venda de material reciclável. As empresas que processavam esse tipo de material, passavam lá. E recolhiam tudo. Um exemplo que os brasileiros deveriam seguir. Afinal, todo desperdício é ruim. E pior ainda quando coloca o meio ambiente em risco. No zoo, frequentadores elogiam a limpeza, mas reclamam da redução de atrativos. "Vim há dez anos. Estou achando que o zoológico está muito pior. Tinha macacos na ilha. Não tem mais. Os búfalos sumiram do outro açude. Os barcos pedalinhos, em forma de cisne, também não existem mais. Tinha cavalos com charrete, antes. Acho que o parque piorou. Não venho mais", disse Rosemary Torres. Outra que reclamou  foi Suzana Veríssimo. "O zoo é um atrativo para as crianças. Mas devia ter mais diversão para elas, como parquinhos. O chão está muito limpo, mas em compensação, tem muita coisa enferrujada, inclusive perto das jaulas. A manutenção é precária", disse ela. A direção do parque informou que os parquinhos foram retirados por conta do registro de acidentes.

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