O chalé que fica à margem do Açude do Prata, em Dois Irmãos, não será contemplado na primeira etapa de requalificação do zoológico de Dois Irmãos.
Um dos locais mais frequentados do Recife - recebe cerca de 400 mil visitantes anuais, segundo a Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco - o Zoológico de Dois Irmãos deve passar por reforma. É que as propostas para a primeira etapa da requalificação serão abertas hoje. Responsável pela gestão do zoo, a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco não informou o número de empresas que estão na concorrência. O investimento previsto é R$ 9 milhões 824 mil, mas as obras ainda não serão tão visíveis pelo público.
De acordo com a Semas, três setores destinados aos animais serão beneficiados: o veterinário, o biológico e o de nutrição. O primeiro ganhará clínica especializada em animais selvagens, sala de imagens, enfermaria, bloco cirúrgico e necrópsia. O de nutriçção será reconstruído e qualificado, com novos espaços para preparação de alimentos e câmara frigorífica. Já a administração ganhará uma nova sede, obedecendo a todos os critérios de sustentabilidade: haverá uso e reuso de água, aproveitamento das chuvas, iluminação e ventilação natural, uso de energia renovável e biogestor. Terá, ainda sala multimida, biblioteca e auditório.
Já o Chalé do Prata, continua em compasso de espera. A histórica edificação encontra-se totalmente degradada, e inclusive com visitação proibida. Segundo a Semas, o projeto executivo foi providenciado pela Fundarpe, e já foi emitida licença pelo CPRH. Agora encontra-se em fase de captação de recursos, junto à Câmara Técnica de Compensação Ambiental, ao mesmo tempo em que tramita na prefeitura solicitação de licença para a construção. O velho chalé teria sido habitado por Branca Dias, uma rica senhora de engenho, que era adepta do judaísmo, e que foi denunciada ao Santo Ofício. Revoltada, teria jogado toda a baixela de prata da residência no açude, o que motivou o seu nome.
A situação do zoológico foi abordada pela coluna JC nas ruas, no final do mês passado, e rendeu comentários diversos dos leitores. Teve quem criticasse as jaulas dos bichos, e pedisse providências urgentes. Teve até quem reclamasse da proibição de venda de bebidas alcoólicas no local. Mas se depender do governo estadual, a situação permanecerá a mesma. "Trata-se de uma unidade de conservação e proteção integral, onde se evidencia e trabalha as práticas saudáveis e sustentáveis, principalmente através de projetos de educação ambiental e conservação das espécies. É um destino de turismo e lazer, que recebe 400 mil pessoas por ano, sendo que 50 por cento são crianças e adolescentes", diz nota enviada pela Semas.
Frequentadores do zoo ouvidos pelo JC reclamaram da situação dos guarda-peitos, que estão corroídos pela ferrugem. Segundo a Semas, em um primeiro momento, eles serão revestidos por material de PCV, o que eliminaria o desconforto dos visitantes, que se debruçam nas armações de ferro, para melhor observar os animais. O projeto para o futuro, no entanto, seria refazê-los em madeira, cuja substituição e manutenção é mais fácil do que a do ferro, que oxida muito devido à umidade do lugar.