Ainda em obras, Via Metropolitana Norte é retrato do descaso de anos

Publicado em 12/10/2019 às 16:58
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Como muitas obras Brasil afora, a Via Metropolitana Norte começou com uma bela apresentação em computação gráfica, onde se via detalhes do ousado projeto que previa um sistema de alças sobre a PE-15, um viaduto passando por cima do terminal de ônibus, ciclovia, projeto paisagístico, entre outras coisas. O ano era 2013 e Pernambuco crescia em média mais do que o Brasil. O então governador Eduardo Campos anunciou a obra de R$ 123 milhões. Já no final de 2014, os serviços esbarraram nas desapropriações ao longo do Canal do Fragoso. Em 2015, a primeira paralisação devido a problemas nos estudos ambientais e suspeita de desmatamento de vegetação nativa. Em 2016, nova paralisação, desta vez devido à troca do governo federal (foi o ano do impeachment da então presidente Dilma Rousseff e posse do vice, Michel Temer). Houve impasse do governo do Estado com a Caixa pela quantidade de recursos a serem disponibilizados. No final daquele ano, o então ministro das Cidades, Bruno Araújo, liberou R$ 23 milhões para a obra. Os problemas não pararam por aí. Em janeiro de 2018 a conselheira do TCE Teresa Duere alertou o governo para o risco de a obra virar um elefante branco e exigiu providências com relação à conclusão dos serviços. Os trabalhos entraram numa nova fase desde o sábado, com a demolição da ponte da Avenida Fagundes Varela, em Jardim Atlântico, para a construção dos dois sentidos da via que vai ligar a PE-15 até a PE-01 na altura da Ponte do Janga. Apenas lembrando: a Via Metropolitana Norte, ainda inconclusa, seria uma obra a ser entregue naquele boom de investimentos estruturais pré-Copa de 2014, no Brasil. Já se foi a Copa da Rússia, em 2018, e caminhamos para a metade do caminho que a separa do torneio que será realizado no Catar, em 2022.

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