COLUNA GRANDE RECIFE

Cães para farejar pessoas com covid-19: UFRPE desenvolve estudo inédito

Fase um da pesquisa já foi concluída

Felipe Vieira
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Felipe Vieira
Publicado em 12/08/2020 às 19:30 | Atualizado em 13/08/2020 às 9:43
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As cirurgias podem enfim voltarem a ser realizadas depois de parada por conta do novo coronavírus - FOTO: Pixabay

Um estudo que está sendo desenvolvido pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) em parceria com a Escola Veterinária de Alfort, na França, e a iniciativa privada pretende colocar cães para identificar, através do faro, pessoas infectadas pela covid-19.

O professor Anísio Soares, coordenador da pesquisa, falou ao programa Balanço de Notícias, da Rádio Jornal, nesta quarta-feira (12). Ele explica que o estudo se encontra na fase um. "Cães têm faro aguçado, são usados para identificar entorpecentes, drogas, pessoas em alguns acidentes e até mesmo alguns tipos de câncer. Fomos convidados por pesquisadores da França para desenvolver esse trabalho, que consiste em fazer com que o cão identifique pessoas recém-infectadas pela covid".

"Funciona da mesma forma que se vê em jogos de futebol e aeroportos, por exemplo. O treinador vai passando com o cão e ele vai tendo tempo para sentir os odores. Dois três segundos em cada pessoa, quando tem dúvida ele avança dois passos ou dá uma volta. Caso seja identificado a pessoa será orientada a entrar no isolamento".

O professor explica que o convite para a parceria surgiu em abril e que não há raças específicas sendo utilizadas. "Para o cão é uma diversão. Ele sabe que, quando identifica algo, vai ter uma recompensa.Todas as raças podem ser usadas, estamos usando cães sem raça definida. Em abril já tínhamos dois cães em início de treinamento e direcionamos para detecção de odores da covid. E há um grupo de cães jovens que estão crescendo e estão sendo direcionados para esse espaço".

Os testes em humanos começaram logo depois, com a ajuda da Secretaria de Saúde da Prefeitura de Paudalho, na Zona da Mata. "Quando as pessoas procuravam o posto de saúde alegando síndrome gripal a equipe falava sobre o estudo e as convidavam a participar. A orientação se aceitassem era para que não tomassem banho ou usasse perfume por 24 horas. Depois foi colocado um chumaço de algodão em cada axila por 20 minutos. Cada pote foi fechado hermeticamente. Um ficou aqui na UFRPE e o outro seguiu para o laboratório onde os cães estão sendo treinados em São Paulo. Essa é a fase 1, estamos no final e verificando que eles realmente sabem identificar os odores".

A fase dois é colocar os cães para identificar o cheiro diretamente nas pessoas. "Esses animais virão para Pernambuco e serão treinados nas unidades de saúde. Se a fase 2 for bem sucedida, poderão sair desse local restrito e operar em vários outros", completa.

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