Pouca gente ficou sabendo mas nesta semana houve um momento de tensão no sistema prisional do Estado por causa dos horários de visitas em tempos de pandemia. Na tarde da quarta-feira (30 de setembro), presos da Penitenciária Professor Barreto Campelo, em Itamaracá, no Grande Recife, chegaram a subir na laje - ato que é considerado afronta à organização do sistema - dizendo que iriam "virar a cadeia" (gíria para rebelião) caso o horário não fosse flexibilizado.

A situação foi contornada após a garantia de apenas mais uma hora para a visitação, que passa a ocorrer, já neste final de semana, aos sábados e domingos, em dois grupos: das 9h às 12h e das 13h às 16h. Sempre um parente por preso e sem a presença de crianças e idosos - visita íntima também não está liberada desde o confinamento imposto pela pandemia no final de março.

"Os presos e as famílias têm que entender que esse esquema conseguiu que controlássemos a covid-19 dentro das unidades. Foram oito mortes por causa da doença, poderia ter sido muito mais se não tivéssemos adotado medidas de restrição", comenta o secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico. "Essa é a única concessão que fizemos, não haverá outras, pelo bem de todos".

Ele explica que foi assinado um termo que mantém esse protocolo até o próximo dia 31 de dezembro. "Em janeiro de 2021 a situação será reavaliada. A depender do que acontecer, poderemos adotar mudanças", explica Eurico.