Oposição

Vereadora do PSOL critica cancelamento das férias dos servidores da saúde por causa da ômicron

O blog revelou ontem a medida do secretário André Longo

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Jamildo Melo

Publicado em 29/01/2022 às 12:01 | Atualizado em 30/01/2022 às 11:41
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A vereadora do Recife Dani Portela (PSOL) criticou a "penalização" dos trabalhadores da saúde estadual que tiveram as férias suspendas.

A parlamentar culpou o "governo do PSB" que "não avançou nem um pouco nas medidas sanitárias para a prevenção da Ômicron".

Segundo Dani, que foi candidata a governadora em 2018, é "um absurdo que no final das contas quem paga sempre é a classe trabalhadora".

Sobre protocolos e prioridades

Por Dani Portela
Vereadora do Recife e advogada popular

Estamos vivendo um período de alta aceleração no contágio pela variante Ômicron da Covid-19. De acordo com o último sequenciamento divulgado pelo Governo de Pernambuco, 98% dos casos positivos registrados no estado são desta variante, cuja maior característica é uma disseminação ainda mais rápida. Encerramos a última quinzena de janeiro com mais de 30 mil casos confirmados.

Somente nesta sexta-feira (28), foram registrados mais 5.708 casos de Covid-19. Com os novos registros, a média móvel de confirmações diárias de casos chegou a 3.522, o maior índice registrado em toda a pandemia. Nesta mesma sexta-feira, o Governo do Estado publicou uma portaria suspendendo as férias dos profissionais de saúde pelos próximos 60 dias.

E neste contexto estamos chegando a um período muito delicado: a volta às aulas depois das férias escolares e o Carnaval. Sabemos que o aumento da circulação de pessoas, em um período em que o público infantil está iniciando a vacinação, pode acelerar o contágio, sobrecarregando ainda mais o sistema de saúde. Com os profissionais de saúde esgotados, após dois anos de trabalho intenso, está pronta a receita para um caos anunciado. As UTIs, hoje, já apontam 80% de ocupação dos seus leitos. Estamos a um passo do colapso.

Acompanhei com atenção a coletiva concedida pelo governo do estado na última quinta-feira (27), onde foi anunciada apenas a manutenção das atuais medidas restritivas por mais 15 dias, com autorização para a realização de eventos fechados reunindo até 3 mil pessoas. Não posso deixar de registrar minha indignação com essa decisão.

Ao mesmo tempo que beneficia os grandes empresários do entretenimento, o governo do PSB segue fechando os olhos para toda a cadeia produtiva ampliada que historicamente sobrevive dos ganhos da folia de Momo. Catadores de recicláveis, ambulantes, aderecistas, técnicos de som e uma quantidade enorme de outros profissionais foi ignorada no programa de auxílio apresentado pelo governo, com um montante de R$6.362 milhões a serem distribuídos para 750 artistas, utilizando os mesmos critérios do ano passado. É pouco. Muito pouco. Na prática, teremos um carnaval para poucos, aqueles que podem pagar por “todos os protocolos”. Protocolos esses que nós sabemos não funcionar.

Compreendo que a cadeia do entretenimento foi a primeira a fechar as suas portas e a última a voltar. No entanto, é um contrassenso manter as liberações em um momento onde não está sendo possível, sequer, testar as pessoas com facilidade. Vimos o aumento exponencial de casos após as festividades do Réveillon. Agora que o cenário é mais grave, vamos esperar a tragédia ficar ainda maior? A manutenção das autorizações para grandes eventos retrata o compromisso do PSB com o empresariado e seu total descompromisso com muitas outras pessoas que também fazem o nosso estado.

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