ECONOMIA E TURISMO

Na Fiepe, Gilson Machado conversa com setor produtivo, critica PSB e desconversa sobre candidatura

Em visita à sede da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), Gilson Machado Neto se reuniu com o presidente da entidade e representantes do setor

Augusto Tenório
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Publicado em 31/01/2022 às 16:26
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AGENDA Ministro do Turismo, o pernambucano Gilson Machado realizou reunião com diretores da Fiepe e depois concedeu uma entrevista - FOTO: AUGUSTO TENÓRIO/BLOG DE JAMILDO
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Em visita à sede da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), Gilson Machado Neto se reuniu com o presidente da entidade e representantes do setor. Na pauta oficial, a discussão sobre gargalos da indústria, investimentos estruturadores para o Estado. No encontro com jornalistas, o ministro do Turismo, possível candidato de Bolsonaro ao Governo ou ao Senado, criticou a gestão estadual e municipal, ambas comandadas pelo PSB.

No encontro, houve uma apresentação sobre a atuação da IEPE, SESI, SENAI e IEL, além de conversa sobre investimentos estruturadores no estado, como a Escola de Sargento das Armas e a ferrovia Transnordestina – e algumas alternativas para a retomada do crescimento econômico local e nacional. O presidente da Embratur, Carlos Brito, esteve presente na reunião.

Não houve a assinatura de contratos. Segundo o ministro, houve apenas uma conversa sobre os atuais contratos do Governo Federal com o Governo do Estado e com a iniciativa privada. "Nós iriamos perder o braço do Nordeste para o Ceará, mas conseguimos o contrato com uma empresa do Piauí que vai fazer o braço da Transnordestina pra Pernambuco", citou.

Augusto Tenório/Blogimagem
O ministro do Turismo Gilson Machado na Fiepe - Augusto Tenório/Blogimagem

Para o presidente, Ricardo Essinger, “esse tipo de encontro é fundamental, pois promove o diálogo do setor produtivo com o Governo Federal em prol da defesa do setor produtivo. Afinal, quando melhoramos a competitividade da indústria, assim como a dos demais setores, estamos fortalecendo a economia como um todo e teremos mais condições de gerar emprego e renda para a população do nosso estado e do país”, destacou.

Questionado se será o candidato de Jair Bolsonaro (PL) em Pernambuco, Gilson Machado desconversou, mas disse estar pronto para qualquer missão dada pelo presidente. Ouvido sob reserva, aliado próximo confirmou o desejo do ministro em se candidatar ao Governo do Estado ou ao Senado.

Na oportunidade, o ministro fez críticas à gestão do PSB: "Estamos há quanto tempo com um grupo político atuando aqui em Pernambuco? Quase uma adolescência. (...) Nunca na história de Pernambuco se pensou que a transposição do São Francisco fosse ficar pronta. Pernambuco é um estado de vanguarda, pernambucano não tem dono, ele vota com sua consciência e está vendo a diferença".

Durante a coletiva, pessoa próxima ao bolsonarista chegou a comentar que Gilson "está mais forte que Tarcísio [Freitas]", ministro da Infraestrutura, cotado para ser o candidato de Bolsonaro ao Governo de São Paulo.

Porto do Recife

Durante a tarde, Gilson Machado se reuniu com o diretor-presidente do Porto do Recife, José Lindoso de Albuquerque Filho. O ministro conheceu detalhes do projeto de dragagem realizado com recursos do Ministério da Infraestrutura. A obra é avaliada em R$ 28 milhões e está em andamento, visando vai aumentar o calado do porto de 8 para quase 12 metros.

"Com isso, o Porto terá condições de receber navios maiores, de carga, e também cruzeiros marítimos, o que será de grande importância para o turismo e a economia locais. (...) Um investimento realizado pelo governo do presidente Jair Bolsonaro que aplica o dinheiro dos brasileiros dentro do Brasil", disse.

Para proteger polo da confecção no Agreste, acordo com países asiáticos foi "abortado"

Na reunião, também discutiu-se a proteção da indústria de confecção no Agreste, com os polos de Santa Cruz de Capibaribe. Recentemente, empresários ficaram em alerta devido à negociação de acordos internacionais entre o Brasil e países asiáticos

Nesse sentido, Gilson Machado garantiu no encontro que o assunto já havia sido discutido com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e “está completamente abortada qualquer inciativa de estímulo à importação de produtos acabados de países como Coréia do Sul, Indonésia e Vietnã ou qualquer outro, tranquilizou.

Atenção ao turismo no Recife

No encontro, Gilson Machado antecipou alguns dos investimentos previstos para Pernambuco, como o complexo de lazer e turismo "Porto Novo Recife". O empreendimento contará com hotel-marina e centro de convenções e está sendo construído no Recife antigo por um grupo privado com financiamento do BNB.

O ministro do Turismo também atualizou os empresários sobre obras como a duplicação da PE-408, a operacionalização do aeroporto de Caruaru e a adutora do Agreste.

Entre as pautas tratadas junto ao Governo Federal e apresentadas na ocasião, estão: um programa de REFIS com condições especiais para micro e pequenas empresas, o maior acesso a crédito nos bancos oficiais, mais incentivos para tecnologia e inovação do parque industrial, além da preocupação com as sucessivas altas do dólar, da inflação e dos derivados de petróleo.

Na reunião na Fiepe, Gilson Machado falou sobre falta de matéria prima

Segundo dados da Sondagem Industrial, elaborada pelo Núcleo de Economia da FIEPE, a falta de matéria prima é um problema que tem atingido mais da metade dos empresários entrevistados, chegando a 53,7%.

"Essa sim merece uma atenção especial quanto à possibilidade da redução de alíquotas para a importação, ainda que temporária. Desde o início da pandemia estamos com dificuldades para encontrar certos insumos ou esbarramos em preços proibitivos. O setor de plástico ou papel, por exemplo, tem sofrido com aumentos de 100% até 160% nos seus principais insumos", destacou Ricardo Essinger, presidente da Fiepe. 

Pauta sempre defendida pela diretoria da FIEPE junto aos deputados federais e autoridades públicas, a sensibilização para aprovação das reformas Tributária e Administrativa foram temáticas abordadas também na oportunidade. “A indústria de transformação acabou ficando com a maior fatia no pagamento dos impostos. Atualmente, a nossa carga tributária chega a 44,8% e só a reforma pode equalizar isso”, destacou o diretor-financeiro da FIEPE, Felipe Coêlho.

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