Sem CPI, Alepe fará audiências públicas sobre o caso Beatriz
Encontro acontece no próximo dia 10, de forma remota, com a escuta das partes envolvidas
A polêmica na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) em torno da provável criação de uma Comissão Parlamentar de Inquerito (CPI) sobre o caso da menina Beatriz acabou resultando em uma audiência pública sobre o tema na sessão plenária da Casa desta quarta-feira (2). A oposição havia começado a constranger deputados da base do governo, por se recusarem a assinar uma CPI. Um site foi criado para expor os parlamentares que não defendessem a comissão de investigação, apontada como desnecessária pelo governo do Estado.
O encontro acontece no próximo dia 10, às 9h30, com a escuta das partes envolvidas no caso. Será a primeira audiência pública de 2022 no Poder Legislativo estadual.
A audiência é uma iniciativa da deputada Dulci Amorim (PT) que apresentou seus argumentos durante as discussões entre os parlamentares na sessão ocorrida de forma remota por conta da pandemia do Coronavírus. Na avaliação da petista, é preciso cumprir etapas para só então avaliar os próximos passos.
Para a parlamentar, criar uma CPI antes de promover uma escuta pública que atualize as novidades da investigação seria o mesmo que pular etapas.
“Acompanhamos esse caso desde o início. As novidades surgiram de dezembro pra cá, justamente quando solicitei a audiência pública. Somente após a audiência, com todas as informações que iremos ter, a gente pode avaliar outros caminhos", disse.
Segundo a deputada há muitas perguntas sobre o caso em aberto que precisam ser esclarecidas. "Por isso é importante ouvir os envolvidos como a escola, a Polícia Civil e todas as demais partes. Creio que a partir da audiência pública, a gente possa ter algumas respostas mais precisas”, justificou Dulce Amorim.
Além dos pais de Beatriz, serão ouvidos na audiência pública do próximo dia 10, representantes da escola onde a menina estudava; do Ministério Público Federal (MPF); do Ministério Público Estadual (MPPE); da Secretaria de Defesa Social (SDs); da Casa Civil; delegados e advogados do caso.
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O debate em torno da abertura da CPI foi motivado pelo deputado Romero Albuquerque. Durante a sessão plenária, o parlamentar cobrou de alguns colegas a assinatura para abertura do processo. Deputados, a exemplo da petista Teresa Leitão lembraram que o principal suspeito foi identificado e preso recentemente e que diversas forças políticas no estado apoiaram o pleito da família de Beatriz em favor da federalização do caso. Em sua avaliação, a investigação deveria continuar no âmbito policial.
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O caso Beatriz ficou nacionalmente conhecido após o assassinato da criança em 2015, ocorrido em Petrolina, Sertão do São Francisco. A garota, que à época tinha seis anos, participava de uma festa escolar no município junto com os pais e a irmã quando foi morta.
Para que uma CPI seja instalada na Assembleia Legislativa são necessárias 17 assinaturas de deputados.