Violência

Caso Beatriz: Juntas convocam audiência pública no Diário Oficial

Realização de audiência tem sido usada como argumento para barrar CPI

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Jamildo Melo

Publicado em 07/02/2022 às 13:19 | Atualizado em 07/02/2022 às 14:30
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A deputada estadual Jô do coletivo Juntas (PSOL) assinou a convocação da audiência pública sobre o Caso Beatriz para 10 de fevereiro.

A determinação foi publicada, sem alarde, no Diário Oficial de sábado (5).

A realização desta audiência pública tem sido usada como argumento, na base do Governo, para barrar a CPI sobre o caso.

Nesta segunda, mais um movimento foi registrado.

Alepe
Romero Albuquerque defendeu a criação da CPI, depois que um advogado assumiu o caso e disse que suspeito era inocente - Alepe

O deputado Romero Albuquerque disse, nesta segunda-feira, que já contava que não conseguiria levar as discussões sobre o assassinato de Beatriz Mota para a Assembleia Legislativa de Pernambuco. Um vídeo divulgado no fim de semana pela mãe da vítima do crime pode ter causado uma reviravolta na articulação e, agora, a instalação da CPI do Caso Beatriz, que discutirá as investigações do caso é dada como certa pelo deputado.

"A deputada Dulcicleide Amorim sentiu a pressão feita por Lucinha Mota e garantiu que será o nome que falta para que a comissão saia do papel", disse o deputado do PP sobre a CPI do Caso Beatriz. O crime em questão aconteceu há seis anos, em Petrolina.

A assessoria da deputada Dulci afirmou que ainda não assinou nenhum documento sobre a CPI do Caso Beatriz.


De acordo com o deputado, a petista teria dito que “para mim, é uma honra assinar no número 17”e teria chegado a anunciar também que a audiência pública que aconteceria no próximo dia 10 seria cancelada.

Conforme Romero Albuquerque, a decisão de Dulcicleide foi comunicada na madrugada desta segunda-feira, 7, através das redes sociais, mas está condicionada a apresentação dos demais nomes que o deputado disse ter. Caso ele não apresente os demais nomes, a mensagem dela funcionou como uma isca.


Albuquerque, que deu início à movimentação na Alepe, comemorou, mas rebateu a declaração da deputada de que o caso estaria sendo usado como capital político.

"Surpreso com algumas declarações que tentam convencer as pessoas de que uma CPI, que discutirá o caso de forma mais ampla, abrangente e imparcial, se trata de politicagem. Isso é, sem dúvida, um desmerecimento das nossas funções”, afirmou, sem citar a colega.

O deputado disse que não pretende ocupar a presidência ou a relatoria da comissão.

Com as 17 assinaturas, o deputado, agora, apresentará o pedido à presidência da Casa, que pode dar o encaminhamento para a CPI começar. A comissão será constituída por nove membros titulares e pela mesma quantidade de suplentes.

“A participação dos parlamentares mostra a força que a Alepe tem para colaborar no avanço das investigações. Essa iniciativa ajudará a esclarecer um dos crimes mais bárbaros do país. Certamente, traremos uma grande contribuição para a conclusão desse caso”, disse a deputada Clarissa Tércio, coautora do pedido.

Potência política do Caso Beatriz

No fim de 2021, os familiares da menina Beatriz iniciaram uma caminhada de 702 km, de Petrolina ao Recife, para fazer cobranças ao governador Paulo Câmara (PSB). No caminho, eles foram recebidos por Raquel Lyra, pré-candidata ao Governo pelo PSDB-PE, e Marília Arraes, pré-candidata pelo PT. 

 

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