Sergio Moro promete não taxar igrejas ou ampliar cobertura legal ao aborto
Sergio Moro sinaliza avanço sobre o eleitorado evangélico para viabilizar sua candidatura
Buscando avançar sobre o eleitorado evangélico, principal base de sustentação bolsonarista de acordo com a pesquisa Modalmais/Futura, Sergio Moro (Podemos) fez uma carta aos seguidores desse braço do cristianismo. No documento, chamado Carta de Princípios para Cristãos, o pré-candidato faz promessas envolvendo temas como aborto, ressocialização e questões envolvendo a população LGBTQIA+.
De acordo com o ex-juiz, os mais de dez itens abordados pela carta são "princípios que não serão desconsiderados em qualquer hipótese, seja em 2022 ou em anos vindouros". Ele se comprometeu a não fazer campanha durante celebrações religiosas, se limitando a conseguir apoios individuais de lideranças religiosas.
De acordo com a pesquisa Modalmais/Futura de janeiro, Jair Bolsonaro tem 41,6% da intenção de voto dos evangélicos. Lula (PT) tem 27,1% e Sergio Moro tem 7,5%. Acenando ao público, o ex-ministro diz ser contrário a aumentar as ocasiões nas quais o aborto é permitido.
"Defenderemos a não ampliação da legislação em relação ao aborto e faremos a defesa da preservação da vida humana em todas as suas manifestações, conforme lei brasileira em vigor", disse Sergio Moro, prometendo ainda manter a imunidade tributária das igrejas.
O pré-candidato, que não mais vai se filiar ao União Brasil, também defendeu a atuação das chamadas "Comunidades Terapêuticas" (CTs) com relação ao atendimento a usuários de drogas, além do trabalho de “entidades confessionais ou laicas” voltadas à ressocialização de condenados.
Utilizando o mesmo argumento bolsonarista, o lavajatista disse ser contra a "sexualização das crianças". O termo é usado pela extrema direita para atacar a esquerda. Apesar disso, prometeu valorizar "a autonomia da instituição familiar", respeitando "preferências afetivas e sexuais de cada indivíduo e a preservação dos direitos de cada um dos seus membros".
Sergio Moro enfrenta dificuldade com discurso da pré-campanha
Lançado pelo Podemos em novembro, o ex-juiz da Lava Jato vem encontrando dificuldades para emplacar na pesquisa. Como avaliou a cientista política Nara Pavão em entrevista, ele encontra dificuldades para formar uma base sólida, pois o discurso da sua campanha foca na anticorrupção, tema que perdeu evidência entre o eleitorado.