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Em Pernambuco, Bolsonaro critica medidas de restrição e diz estar "no último terço da vida"

Após ser acusado de xenofobia, Jair Bolsonaro (PL) visitou Pernambuco. Gilson Machado, possível candidato ao Governo, apostou em discurso religioso

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Augusto Tenório

Publicado em 08/02/2022 às 12:21 | Atualizado em 08/02/2022 às 16:40
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Após ser acusado de xenofobia por chamar assessores nordestinos de "pau de arara", Jair Bolsonaro (PL) visitou Pernambuco nesta terça-feira (8). O presidente disse ter conexão com o Nordeste, voltou a criticar medidas de restrição causadas pela pandemia e disse estar no "último terço da vida".

No seu discurso, o presidente disse que sua filha é neta de um cearense. Ao falar sobre gerações mais jovens, Jair Bolsonaro fez referência a uma criança que estava ao seu lado esquerdo. O mandatário e sua comitiva, formada por ministros como Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) e Gilson Machado (Turismo), visitaram núcleos da Transposição do Rio São Francisco.

"Quis o destino que eu me elegesse presidente, creio eu der esta uma missão de deus que se concretizou em outubro de 2018. Já estou no último terço da vida, ao meu lado está o primeiro terço. (...) Só peço a Deus que deixe, para esse garoto, um Brasil melhor do que eu recebi em 2019", dramatizou.

O ministro do Turismo, cotado como possível candidato bolsonarista ao Governo de Pernambuco, fez discurso focado no âmbito religioso. "O Estado é laico, o povo brasileiro é cristão e nosso presidente é cristão", disse.

Gilson Machado ainda destacou a presença da deputada estadual Clarissa Tércio (PSC) e Júnior Tércio (Podemos), expoentes do bolsonarismo na Alepe e na Câmara do Recife, respectivamente. Ela também é cotada como candidata de Bolsonaro ao Governo.

Jair Bolsonaro disse que esteve recentemente pouco estive com o presidente do BNDES, Gustavo Montezano. O presidente criticou gestões anteriores, classificando como a "direção vermelha". No evento, diante de apoiadores, o presidente voltou a falar sobre combater "o vírus e o desemprego" e a criticar outras esferas do poder.

"Não quero criticar governadores ou prefeitos, muitos erraram tentando acertar. O duro é ver que quem errou não quer reconhecer. (...) Muitos trabalhavam de dia para comer a noite e foram jogados ao esquecimento. Lockdown, 'fique em casa', toque de recolher... A vida continua porra!", gritou.

O presidente voltou a afirmar, em contrariedade ao já explicado pelo próprio STF, ter sido impedido de tomar ações relacionadas à pandemia. "A mim não couberam as medidas contra a covid-19, o poder foi delegado a Estados e Municípios pelo Supremo Tribunal Federal".

Usou o termo "cabras da peste" para referir-se aos trabalhadores da transposição. À imprensa, disse não ter tomado nenhuma atitude de censura e disse que o trabalho da classe é essencial para a democracia.

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