Simone Tebet diz que não aceita ser vice e pode complicar situação com PSDB
Em entrevista concedida à Rádio Jornal, Simone Tebet (MDB) garantiu a sua candidatura à presidência da República e disse não ter "plano B"
Em entrevista concedida à Rádio Jornal, Simone Tebet (MDB) garantiu a sua candidatura à presidência da República e disse não ter "plano B". Negociações do seu partido com o PSDB e o União Brasil, visando uma possível federação, podem colocar em xeque a sua presença na disputa. Os tucanos lançaram João Doria, governador de São Paulo, à presidência.
A senadora pelo Mato Grosso do Sul iniciou a conversa destacando o nome do colega pernambucano Jarbas Vasconcelos. A parlamentar, lançada em dezembro como pré-candidata, avalia haver espaço para a "terceira via" na disputa pelo Planalto.
Simone Tebet tem 1% da intenção de voto do eleitorado, segundo indicou a recente pesquisa Genial/Quaest. Dentre os representantes da terceira Via, Sergio Moro (Podemos) e Ciro Gomes (PDT) estão empatados com 7%. Nesse cenário, um segundo turno, caso exista, deve ser entre Lula (PT) e Bolsonaro (PL).
"Vejo uma possibilidade para a terceira via, vejo uma avenida de indecisos. Quando se pergunta ao eleitor, na espontânea, tem pelo menos 40% de indecisos. Sou a única pré-candidata mulher, com isso sei da responsabilidade que tenho neste momento", cravou Simone Tebet.
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Questionada se a terceira via pode romper a "polarização', ela responde: "Queremos mostrar ao brasileiro que temos saídas, não precisamos voltar ao passado que não queremos ver de novo, o mensalão, petrolão, esquemas de corrupção, intervenção na economia etc (...), o que levou a uma inflação de dois dígitos, desemprego generalizado no final do segundo mandato da presidente Dilma e muito menos o Brasil tem como única opção reeleger o atual presidente da República".
Simone Tebet assegura candidatura
A senadora, na entrevista, atrela as especulações sobre uma possível candidatura como vice ao fato de ser mulher e ser associada à competência. A parlamentar foi um dos destaques da CPI da Covid no Senado.
"Se eu sou um pouco do que falam, por que retirar a única pré-candidata mulher da disputa no momento em que o Brasil passa por problemas gravíssimos. Como retirar a sensibilidade de uma mãe, de uma mulher? Não posso ser vice de ninguém, tenho que levar a pré-candidatura até o final, como forma de colocar a mulher no seu papel para que eu possa ser a voz de todas as mulheres, independente do partido político. Não sou vice de ninguém, sou pré candidata e não tenho plano B", cravou.
A situação, porém, pode se reverter. Como avaliou Bruno Araújo em entrevista recente, o MDB e o PSDB chegam à eleição de 2022 num momento de fragilidade política e precisam formar uma federação para se manter relevantes. Dessa forma, eles precisariam escolher entre a candidatura de João Doria ou Simone Tebet. Os emedebistas também procuram aliança com o União Brasil, de Luciano Bivar.
A senadora, ainda na entrevista, alfinetou Geraldo Alckmin, cotado para ser o vice numa chapa encabeçada por Lula (PT). A senadora avalia que um vice-presidente não pode ser chamado para ganhar eleição, mas por unidade ideológica.