Bolsonaro diz que Gilson Machado vai disputar Senado
Em Pernambuco, Gilson Machado aproveitou o evento em Salgueiro e fez críticas ao governo do Estado.
Na live semanal desta quinta-feira, o presidente Bolsonaro disse que o ministro do Turismo, Gilson Machado, vai deixar o governo em abril e deve disputar o Senado, após o desembarque do governo Federal.
Bolsonaro tem defendido que precisa reformar o Senado, com mais aliados, em um eventual segundo governo.
Gilson Machado desde o ano passado dizia que estava preparado para qualquer missão que o presidente lhe desse.
Nesta semana, ele esteve acompanhando o presidente em seu périplo pelo Nordeste, para ligar sua imagem à transposição. Em Pernambuco, Gilson Machado aproveitou o evento em Salgueiro e fez críticas ao governo do Estado.
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Como o ministro está hoje no PSC, do deputado federal André Ferreira, irmão do prefeito de Jaboatão e candidato Anderson Ferreira, pelo mesmo PL do presidente Bolsonaro, a articulação pode representar uma enquadrada em Anderson. Gilson poderia ir para o PL sem problemas, com aval nacional. Caso não aceite uma composição para estar junto em uma chapa a favor de Bolsonaro, Anderson Ferreira pode perder o comando do partido, comandado pelo aliado de Bolsonaro Valdemar Costa Neto.
A pretensão de Anderson Ferreira era sair candidato a senador na chapa de Raquel Lyra, mas a presença de Gilson Machado na disputa divide os votos dos conservadores, em especial os evangélicos. A menos que saia candidato ao Estado, com apoio de Bolsonaro.
Anderson Ferreira viajou para Brasília para conversar com Valdemar Costa Neto mas não se tem informe do resultado do encontro. O que se sabe é que a posição dele no PL é frágil, na medida em que o diretório local funciona com uma comissão provisória, que pode ser desfeita a qualquer momento pelo presidente Valdemar Costa Neto.
No entanto, há quem assegure que Costa Neto não tira o partido de Anderson de forma alguma, por lealdade, mas exigiria a composição com Gilson Machado. Os dois não se dão bem, pessoalmente, mas poderiam tocar o projeto de Bolsonaro, diante do processo de nacionalização da campanha, contra as vontades locais. O mesmo pode estar acontecendo com o PSB, obrigado a aceitar pedido de Lula para o Senado.
"Ele pode ser candidato com Gilson. Bolsonaro não vai aceitar que o partido dele, o PL, não tenha um candidato em Pernambuco", conta uma fonte do blog.
"Pode sobrar só o PSC para ele (caso não aceite a composição com Gilson Machado no Senado)" diz outro observador das movimentações.
A jogada também obriga Anderson Ferreira, em tese, caso aceite estar ao lado de Gilson Machado, a abandonar o projeto com Raquel Lyra, que tem como presidenciável João Doria, inimigo do peito dos Bolsonaro.
Para a tucana, a definição ajudaria a livrar-se de um aliado identificado com Bolsonaro, cuja rejeição é alta em Pernambuco.
Eleições de 202o e apoio a Marília Arraes
Interlocutores contam que Bolsonaro não deglutiu até hoje o apoio de Anderson Ferreira a Marília Arraes, do PT, nas eleições de segundo turno no Recife. Além disto, a aliança com a tucana Raquel Lyra incomoda a direita mais radical, por ela não apoiar Bolsonaro de jeito algum. "A equação que Anderson estava montando era inviável. Ele quer ser o candidato de Bolsonaro nas igrejas e não ser Bolsonaro ao lado de Raquel?", diz uma fonte do blog.
"Anderson escolheu o lado dele em Salgueiro (não estando ao lado do presidente, nesta semana). Ele queria ficar ao lado de Raquel, não queria estar ao lado de Gilson Machado e com o grupo da direita, mas não vai ter esta liberdade", aponta aliados de Gilson Machado, que chegou a pedir o comando do PL no Estado a Bolsonaro e Valdemar Costa Neto.
Caso não haja composição com Anderson Ferreira, o pessoal de Gilson Machado quer emplacar Clarissa Tércio como candidata a governadora na chapa.
Havendo acordo, a oposição poderia ter então três chapas, com Raquel, Anderson e Miguel, se não houver desistências até lá.