Pesquisas eleitorais

Lavareda diz que segundo turno das eleições 2022 pode ser decidido pela rejeição

Presidente tem rejeição elevada. Lula continua na frente e Moro não decola

Imagem do autor
Cadastrado por

Jamildo Melo

Publicado em 11/02/2022 às 13:25 | Atualizado em 11/02/2022 às 13:52
Notícia
X

O sociólogo Antônio Lavareda comentou, nesta sexta, os resultados da mais recente pesquisa do Ipespe em torno da corrida eleitoral. Um dos pontos observados é a questão da rejeição.

"Eu sempre lembro que os franceses, que fazem essa “segunda volta” há mais tempo que nós, costumam dizer que na disputa final não se trata do candidato que “ganha” mas sim daquele que “perde”. Para quem se interessa por eleições, sempre é bom estar de olho no sobe e desce da rejeição “integral” dos principais e mais conhecidos competidores, verificada a partir das respostas às questões de probabilidade de voto em cada um deles, e não nas citações diante da lista de nomes, que permitem medir apenas o “topo” dela", declarou.

Nesse levantamento, comparado com o anterior, os eleitores que declaram que “não votariam de jeito nenhum” nos cinco principais postulantes, foram, em ordem decrescente: Bolsonaro, 62% (antes, 64%); Doria, 59% (antes, 57%); Moro, 55% (antes, 53%); Ciro, 45% (antes, 42%); e Lula, 43% (antes, 43%).

veja abaixo outros destaques

LULA CONTINUA A LIDERAR COM FOLGA O SEGUNDO TURNO 54%X 31%,

BOLSONARO; 51%X 31%, MORO; 50% X 24%, CIRO; 53%X18%, DORIA.

Nos demais cenários não há grandes alterações, salvo uma que chama atenção: a liderança de Moro sobre Bolsonaro que era de sete pontos ( 35% X 28%) mês passado, agora praticamente desapareceu (32% X 30%).

NA INTENÇÃO DE VOTO ESTIMULADA, LULA OSCILA UM PONTO PARA BAIXO (TEM 43%). BOLSONARO UM PONTO PARA CIMA (25%), CIRO E MORO ESTACIONAM EMPATADOS COM 8%.

Doria também ganha um ponto e chega a 3%.Simone Tebet tem o mesmo 1% da rodada anterior, número igual ao obtido por Janones, na lista pela primeira vez. Rodrigo Pacheco e Alessandro Vieira dessa vez não pontuaram.

APESAR DAS PROJEÇÕES OFICIAIS, 63% DIZEM QUE INFLAÇÃO AUMENTARÁ NOS PRÓXIMOS MESES.

Analistas e o Banco Central apontam a evolução dos preços nesse 2022 em um patamar próximo à metade dos mais de 10% oficiais do ano passado, que foram duramente percebidos de forma quase unânime pela população, 71% acusando que “aumentaram muito” e 25% que “aumentaram”. Contudo, a questão é como essa possível redução será sentida pela sociedade. Em janeiro, a inflação recuou em relação a dezembro, entretanto ainda foi a maior do período em seis anos. Esse tema está no centro do debate eleitoral mundo afora, na esteira da crise econômica provocada pela pandemia. Utilizado pela esquerda e pela direita francesas na campanha da sucessão presidencial em abril. Nos EUA, é considerado a principal arma da oposição republicana para reconquistar o controle do Congresso nas eleições intermediárias de novembro.


AVALIAÇÃO DO PRESIDENTE OSCILA POSITIVAMENTE. ÓTIMO/BOM VAI DE 23% a 24%, E O RUIM/PÉSSIMO DE 55% PARA 54%.

Na medição dicotômica, a Aprovação sobe dois pontos, voltando ao nível de novembro (31%), enquanto a Desaprovação não se mexeu, repetindo os 64% da medição anterior. As oscilações registradas merecem crédito, independente de estarem teoricamente situadas na margem de erro da pesquisa, uma vez observados outros aspectos que interferem ou se relacionam com essa leitura. A exemplo da avaliação positiva (“O/B”), específica do presidente no enfrentamento da crise sanitária, que cresceu de 20% para 23%, e sobretudo da mudança sensível na percepção do noticiário negativo sobre o governo, que recuou de 58% para 51% em duas semanas.

ADESÃO À DEMOCRACIA DÁ UM SALTO EM RELAÇÃO A 2018, DE 56% PARA 67%.

A preferência por um governo autoritário "em algumas circunstâncias" que no ano da eleição passada era de R$ 13% foi reduzida para 7%. Enquanto que os descompromissados, para os quais “dá no mesmo” um regime ou outro, que marcavam 23%, agora são 19%. Os que não responderam somaram 7%. Essa opção, largamente majoritária, está longe porém de significar que a maioria se mostre satisfeita com a performance da nossa democracia no momento: 31% se dizem satisfeitos ou muito satisfeitos, contra 63% que estão insatisfeitos ou muito insatisfeitos com ela. Esse é um bom tema e uma boa discussão para todos os candidatos.

INTERESSE PELA ELEIÇÃO

69% já citam candidatos na questão espontânea (formulada do modo adequado, padrão: se a eleição para presidente fosse hoje, em quem o Sr/Sra votaria?). Lula e Bolsonaro cresceram um ponto cada um. O primeiro alcançou 36%; o segundo, 24%. Sérgio Moro e Ciro empatam nesse quesito com 4% e João Doria completa o quinteto mencionado, com 1%.

Tags

Autor