ELEIÇÕES 2022

Sergio Moro será campeão de rejeição, avalia Antônio Lavareda

A última pesquisa Ipespe/XP não trouxe números agradáveis aos entusiastas da candidatura de Sergio Moro (Podemos) à presidência

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Augusto Tenório

Publicado em 12/02/2022 às 13:50
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A última pesquisa Ipespe/XP, divulgada nessa sexta-feira (12), não trouxe números agradáveis aos entusiastas da candidatura de Sergio Moro (Podemos) à presidência. Além de estagnado na intenção de votos, o ex-juiz vê sua rejeição crescer pela terceira vez consecutiva.

Em entrevista concedida ao Valor Econômico, Antônio Lavareda, diretor do Ipespe, enxerga com ceticismo as candidaturas de terceira via. Ele avalia como como falha a estratégia adotada pelos candidatos, de concentrar críticas em nos líderes Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL).

Na visão do cientista político, não existe "terceira via". A disputa, na verdade, é para ser a segunda via. "O intuito deles é substituir a segunda via, a representação desse campo político ideológico [à direita], que hoje é Bolsonaro, e, entre 1994 e 2018, foi exercida pelo PSDB. A lógica deles é desalojar o Bolsonaro do segundo turno. E é uma tarefa hercúlea você desalojar um incumbente - e sobretudo um incumbente que foi votado por eles", avalia.

SÉRGIO BERNARDO/ACERVO JC IMAGEM
Antônio Lavareda - SÉRGIO BERNARDO/ACERVO JC IMAGEM

Sergio Moro atingiu 55% de rejeição na edição de fevereiro. Ou seja, mais da metade do eleitorado, de acordo com a pesquisa, não votaria de forma alguma no ex-ministro de Bolsonaro. Em janeiro o número era de 51%, chegando a 53% na segunda quinzena do mês passado.

"Logo mais, Sergio Moro vai conseguir ser o campeão em rejeição, óbvio, está indo nessa direção. Em geral, quando um candidato ataca outro com uma densidade eleitoral bem superior à dele, o efeito mais visível é a elevação da rejeição do candidato de menor dimensão. Isso é praticamente uma regra, não sei como os marqueteiros desse povo não sabem disso. Quando o candidato que tem 2% ataca o que tem 42%, a credibilidade dele já é baixa... A credibilidade decorre do tamanho, da expressão. Ataque é sempre uma coisa delicada em campanhas eleitorais, porque pode ter efeito backfire, bumerangue", comenta Lavareda.

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