Nesta semana, o Partido dos Trabalhadores vai realizar uma reunião em Pernambuco para alinhar o posicionamento sobre a vaga ao Senado. Em entrevista ao blog, Doriel Barros, presidente do PT-PE, disse esperar do PSB um gesto, dando à sua legenda presença na majoritária. Caso contrário, fica em dúvida a associação com Lula na disputa no estado e, na sua avaliação, as chances de vitória da Frente Popular.
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"A depender da estratégia, a eleição pode ser difícil ou pode ser mais tranquila. Nós acreditamos que dá pra ser tranquila em Pernambuco, mesmo com todo o questionamento em relação ao candidato ao Governo ser desconhecido. Se o PSB não mostrar alinhamento e compromisso com o PT, isso pode trazer surpresas", avalia Doriel Barros.
Na opinião do deputado estadual, o PT também precisa ser protagonista em Pernambuco. "O presidente Lula lidera as pesquisas aqui e não tem como o partido não fazer parte diretamente da majoritária, sob o risco de essa candidatura [de Danilo], com todo respeito à força política do PSB, não ganhar as eleições", justifica.
Na Frente Popular de Pernambuco, diversos partidos reivindicam presença na majoritária, como o PSD de André de Paula, o PP de Eduardo da Fonte e o PDT de Wolney Queiroz, todos de olho na candidatura ao Senado. O PT entrou na disputa para ser o representante da aliança estadual à Câmara Alta após Humberto Costa retirar sua candidatura ao Governo em nome da Federação com o PSB.
Questionado sobre os demais nomes que pleiteiam a candidatura ao Senado, o presidente do PT adota tom diplomático: "A gente respeita os demais pré-candidatos, são quadros importantes, como Eduardo da Fonte, Silvio Costa Filho (Republicanos), Wolney Queiroz, Luciana Santos (PCdoB)... São nomes importantes, mas em Pernambuco nós também temos nomes importantes".
Segundo pesquisa Vox, 35% do eleitorado pernambucano diz seguir a indicação de voto de Lula. O apoio do ex-presidente, sendo assim, seria importante para Danilo Cabral, ainda desconhecido em Pernambuco. Apenas 6%, segundo o levantamento, segue a indicação do Governador Paulo Câmara (PSB).
Nesse contexto, ele espera do PSB o papel de articular e convencer os demais partidos sobre a legitimidade de o PT ficar com a vaga ao Senado. "Não somente por Humberto ter retirado a candidatura, mas pelo que a Vaga ao Senado possa representar à Frente Popular do ponto de vista do alinhamento político com a candidatura de Lula. (...) O nome do PT casa melhor com essa estratégia para o Governo do Estado para a disputa, com a vinculação direta ao presidente Lula", reforça.
Indefinição sobre nome indicado pelo PT ao Senado
Neste momento, são cotados três nomes para concorrer ao Senado pelo PT: Marília Arraes, líder em pesquisa eleitoral, Teresa Leitão e Carlos Veras. Questionado sobre qual dos nomes tem mais chances de ser aprovado, Doriel Barros avalia que a questão será resolvida internamente, mas reforça que, estrategicamente, o PSB pode enfrentar dificuldades sem o partido de Lula nas majoritárias.
"Há consenso de que a vaga do senado é importante e queremos para uma eleição para ganhar, a nível nacional e estadual. A vaga é fundamental para casar o Lula à chapa majoritária, além de um reconhecimento do papel e da importância do PT", avalia Doriel Barros. Marília, apesar de liderar em pesquisa, enfrenta resistência dos socialistas.
Ainda sobre as pesquisas, Doriel diz que os números são importantes, mas não definidores do processo de escolha do candidato. "Se fosse por isso, o nome do senador Humberto Costa seria o candidato ao Governo", comenta.
A gente não pode subestimar a oposição, temos Raquel Lyra, um quadro importante do Agreste, temos Miguel Coelho com aprovação... A Frente Popular não pode achar que a eleição está ganha, assim como a de Lula não está resolvida, tem muita coisa pela frente.
"A gente sabe que o tempo de governo fragiliza e tem uma base do PT que acha que o partido deveria ter candidatura ao Governo, como eu também acho... Diante dessa decisão de Lula e da nacional, temos que investir essa estratégia. Mas o PT precisa se ver dentro desse processo, de forma que isso possa animar sua militância a cair em campo. Caso contrário, pode se ter muitas dificuldades. Espero que o PSB também possa comungar com esse pensamento", pontua.
Questionado sobre o risco de entraves como o de Pernambuco acabarem por impedir a formação de uma federação, Doriel diz acreditar que questões estaduais possam impedir o acordo nacional. Nem o impasse de São Paulo, onde Fernando Haddad (PT) e Márcio França (PSB) não abrem mão das suas candidaturas, deve impedir o acordo, na visão de Doriel.
"Em São Paulo também acredito que o candidato deveria ser Fernando Haddad e o França tem que entender isso. O próprio PSB também precisa entender que a vida é feita de gestos. Aqui foi feito um gesto importante e Márcio França poderia fazer um gesto", pede.
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