ELEIÇÕES 2022

Temendo caos, Cristovam Buarque defende eleição de Lula no primeiro turno

Cristovam Buarque (Cidadania) disse desejar um novo nome, mas diante do cenário atual, defende a eleição de Lula no primeiro turno

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Augusto Tenório

Publicado em 21/02/2022 às 10:27 | Atualizado em 09/06/2022 às 10:06
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Ex-ministro da Educação e ex-senador, Cristovam Buarque (Cidadania), defensor de um novo nome para eleição presidencial deste ano, mudou sua perspectiva. Em entrevista à Rádio Jornal, ele se diz acreditar que, diante da impossibilidade do surgimento de um novo quadro, a melhor opção para barrar Jair Bolsonaro (PL) é eleger Lula (PT) no primeiro turno.

O recifense acredita que a concretização desse cenário é difícil, mas é a melhor para evitar um possível caos nas quatro semanas entre o primeiro e o segundo tuno da eleição deste ano.

Augusto Tenório · Rádio Jornal entrevista Cristovam Buarque

Cristovam Buarque, que votou pelo impeachment de Dilma Rousseff e não se arrepende, diz nunca ter se fascinado pela ideia da chamada "terceira via", pois não gosta do do discurso que coloca em equivalência Lula e Jair Bolsonaro. Ele deseja, porém, um novo nome, com novas ideias, concorrendo à presidência.

"Não há, porém, a menor condição de surgir um nome diferente do Lula. Então, para barrar o Bolsonaro, não tenho a menor dúvida de que devemos ter o Lula no primeiro turno, [mesmo] com toda arrogância do PT, com todo o risco de o Lula acabar sendo subordinado aos economistas do partido", avaliou o ex-senador.

Ainda nesse sentido, ele conta dividir o mesmo posicionamento com Maurício Rands e afirma que a eleição deve ser transformada num plebiscito sobre Bolsonaro. Nesse sentido, a "terceira via" não parece prosperar com postura propositiva, focando em bater nos dois candidatos.

"Estamos a alguns meses da inscrição das chapas e nenhum parece querer retirar seu nome para apoiar outro. Qual a proposta dos nomes da 'terceira via'? É uma tragédia ter de escolher entre Lula e Bolsonaro, mas felizmente temos a tragédia Lula, se não seria somente a tragédia Bolsonaro", pontua.

Cristovam Buarque disse que chegou a sonhar com o nome de Tasso Jereissati (PSDB), "que não teve a menor chance de chegar lá". O senador também avaliou que Ciro Gomes (PDT), pela postura na pré-campanha, não deve ter condições de subir no palanque de Lula num eventual segundo turno.

Questionado, porém, sobre as chances de Lula levar a eleição no primeiro turno, Cristovam é direto: "quase impossível, por isso que defendo. Se não ficava quieto defendendo a terceira via, perigoso para o Brasil é continuar Bolsonaro e ter quatro semanas de disputa. Por isso que insisto e brigo".

Para Cristovam Buarque, segundo turno pode trazer caos ao Brasil

Além da questão eleitoral, Cristovam Buarque cita a possibilidade de caos político e social caso a eleição presidencial não seja definida já no primeiro turno. Neste ano, o intervalo entre a primeira e a segunda votação é de quatro semanas.

"Imagine quatro semanas com policiais se manifestando na rua a favor de Bolsonaro, milícias provocando confusão, o exército discutindo política nos quarteis, o mercado vendo esse caos... Não é bom para o Brasil, é melhor resolver no primeiro turno", disse.

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