Em entrevista ao Blog de Jamildo, nesta quinta-feira (03), pelas redes sociais, a prefeita de Bezerros, Lucielle Laurentino (União Brasil), reclamou do governo Paulo Câmara e União pelo apoio para enfrentar os desafios da educação, especialmente em meio à crise gerada pela pandemia na área. Ela está no segundo ano de mandato e elegeu-se por se destacar na defesa da educação.

"As diretrizes (educacionais), elas vem (do governo do Estado), mas apoio e suporte não tivemos a gente não teve do governo do Estado. O governo federal ajudou a resolver alguns gargalos... mas, na pandemia, sendo muito franca, nem a pedagogia chegou… A gente foi se virando sozinho, tanto financeiramente como em termos de estratégia", afirmou, no primeiro dia de retomada das aulas presenciais no município.

Com origem simples, do meio rural, onde colhia café, na Serra Negra, a atual gestora da cidade do Agreste, de 151 anos de história, era uma jovem do ensino médio, em 2005, quando as primeiras escolas de ensino integral começaram a ser implantadas no Estado.

"Quem assistiu Danilo Cabral como secretário de Educação sabe fazer um julgamento diretamente sobre ele... Naquele período, eu era aluna, era dúvida se eles (gestão do PSB) iriam manter e expandir o ensino integral. As falas dos secretários e governo do Estado sobre as escolas integrais eram de dúvidas e só se constatou que era possível fazer pelo resultado das 20 primeiras no final de 2007. Havia temor de que não saíssem as escolas. Hoje, estamos no ranking nacional"

"Em termos de professorado, eles sentiram na pele a tomada de decisão do congelamento do bônus. ... Assim, hoje, obviamente, tendo Danilo como pré-candidato, vale a categoria questioná-lo sobre o caminho da educação ou a inovação, já que eles dedicam atenção e marketing em cima da educação de Pernambuco."

De acordo com especialistas no setor, quando era secretário de educação, para não brigar com os sindicatos do PT na educação, Danilo Cabral mudou a forma de remuneração do bônus de desempenho nas escolas integrais, na prática incorporando aos salários dos professores, de modo que afetou a manutenção da política de meritocracia na educação.

Cinto apertado

A jovem prefeita reclama que herdou uma dívida de R$ 43 milhões na Previdência do município e, com uma receita 95% atrelada ao FPM, fica de mãos amarradas para promover as ações do Executivo, para os mais de 60 mil habitantes.

"O município de tanta potencialidade fica parado no tempo. Por conta dessa situação financeira e fiscal, só conseguimos realizar pequenos investimentos com recursos próprios em", disse.

Lucielle Laurentino afirmou ainda que recebeu a gestão com mais de R$ 100 milhões em dívidas, com mais de 10 pendências para fazer convênio. Já pagou R$ 12 milhões.

Projeto de reeleição

Lucielle Laurentino comentou ainda sobre a possibilidade de buscar a reeleição. Ela disse que vai discutir com cuidado porque depende do clima político.

"Não vim da política, então falar de reeleição tem a ver com a necessidade das entregas. Pode ser a gente, pode ser outra pessoa que dê continuidade ao trabalho. O cuidado tem a ver com motivação, trouxemos muitos quadros novos, que não eram da política. Vamos ver o quanto a gente estará motivado com o clima da política, tem a ver com o clima do Brasil, do Estado. A política repele gente boa e enfrentamos muitas coisas aqui para manter a integridade e parece que a gente é um ET na política, pedindo transparência e combate à corrupção. A relação com alguns entes políticos é desgastante, pelo óbvio do que se tem que dizer. A luta é não deixar esse espaço ser ocupado por quem não deveria estar nele", afirmou.