Eleições 2022

ELEIÇÕES 2022: Medo da guerra na Ucrania substitui medo da pandemia, mostra pesquisa Ipespe

Em uma palavra, o que a pesquisa mostra é que o medo da ampliação do conflito (65%) substitui o temo da pandemia

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Jamildo Melo

Publicado em 14/03/2022 às 15:55 | Atualizado em 14/03/2022 às 16:22
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O sociólogo Antônio Lavareda, comentando a mais recente pesquisa nacional do Ipespe, cita que os brasileiros acham que a Uncrânia tem razão mas preferem a neutralidade. No entanto, o posicionamento de Bolsonaro recebeu apoio expressivo.

"A maioria das pessoas (56%) acha que a Ucrânia “tem mais razão” no conflito e só 8% apontam a Rússia. Os demais se dividem entre as alternativas “Nenhuma das duas” (17%) e “ As duas têm suas razões” (3%). Não souberam responder 17%. Contudo, a solidariedade tem limites: 62% defendem que o Brasil fique neutro, 29% que apoie a Ucrânia e 2% que se coloque ao lado da Rússia", cita o especialista.

De acordo com o levantamento, a postura do presidente no conflito é vista como “total ou parcialmente correta” por 42% das pessoas e “total ou parcialmente errada” por 48%.

"A opinião pública praticamente se divide nesse tema. E vale mencionar que essa discussão não foi incorporada até o momento à pré-campanha eleitoral. O encontro de Bolsonaro com Putin dias antes da invasão, muito criticado, parece não ter produzido efeitos negativos nessa dimensão. Sua conduta é respaldada por um percentual muito superior ao da sua Aprovação geral. Mas estamos longe de ter um quadro definitivo. Quando os efeitos da guerra se fizerem sentir com mais força será oportuno revisitar a questão".

Em uma palavra, o que a pesquisa mostra é que o medo da ampliação do conflito (65%) substitui o temo da pandemia.

"Em uma quinzena, os que não têm medo do coronavírus vão de 38% a 48%. Concomitantemente, os que ainda estão “com muito medo” somam agora 15%, bem abaixo dos 23% da última medição. Os números são explicados pela centralidade na mídia da guerra na Ucrânia, acompanhada do recuo da quantidade de casos e o anúncio da desativação de medidas restritivas em várias cidades. Em consequência, cresce novamente a avaliação positiva (de 25% para 28%) específica do governo nessa questão. Acompanhada simetricamente pelo declínio da avaliação negativa - de 56% para 53%", afirma Antônio Lavareda.

A pesquisa foi anunciada no mesmo dia que a Petrobras anunciou uma nova aumento dos combustíveis. Ela mostra a percepção de que a economia caminha “no rumo errado” recuando dois pontos, de 63% para 61%.

"Embora a noção oposta (“Rumo Certo”) não tenha se alterado, continuando em 29%. A incerteza quanto aos efeitos da guerra na economia e nos preços em particular já alimentava o temor de descontrole inflacionário. Crescia de 63% para 73% o contingente dos brasileiros que projetavam aumento de preços nos próximos meses. A possibilidade de frustração das projeções oficiais de declínio expressivo da curva da inflação nesse semestre é a maior ameaça às chances de reversão pelo presidente do atual quadro eleitoral", explica Lavareda.

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