PT pode adiar indicação ao Senado para atrapalhar vida de Marília Arraes

No mercado do voto local, ao menos duas fontes do blog de Jamildo vislumbram uma razão menos nobre para a indefinição do nome do Senado no PT. Como revelou-se nesta semana, os socialistas estão insatisfeitos com os aliados, que deixam Danilo Cabral (PSB) sozinho, sem chapa definida, na pré-campanha ao Governo de Pernambuco.

Há quem credite que o alongamento do prazo, esticando a corda entre o PT e o PSB, faria parte de uma estratégia de uma ala do PT para deixar a deputada federal Marília Arraes de mãos atadas, às vésperas do fim da janela partidária. Além da humilhação pública, o objetivo seria evitar que ela saísse do partido e rumasse com a oposição.

Caso se confirme esta tese, Marília Arraes pode acabar repetindo o que aconteceu com a prefeita Raquel Lyra, antes de virar prefeita. Na época, o PSB em Pernambuco segurou a definição sobre a legenda para ela disputar o comando da cidade até dois dias antes do prazo legal para deixar o partido.

Em dois dias, Raquel Lyra viajou para Brasília e virou tucana, disputando e vencendo a parada. No caso de Marília Arraes, comenta-se que ela pode deixar o partido e disputar o Senado em aliança com o PSOL. Outra especulação dá conta que ela pode aderir à campanha de Raquel Lyra, reforçando o palanque da oposição.

"Eles (PSB e PT) vão esticar a corda para Marília não sair do partido", diz uma das fontes do blog. A conferir.

Veja abaixo uma das repercussões internas da visita de Danilo Cabral ao setor rural do PT.

"A Fetape cercou Danilo Cabral e misturou ação institucional e sindical com política partidária. Na reunião realizada na sede da entidade, a título de entregar reivindicações do campo, pediram pra Danilo Cabral escolher Carlos Veras para o Senado. Misturaram tudo. Eles estão loucos pela chapa "escadinha” dos rurais: Carlos Veras, senador; Doriel Barros, deputado federal e Wedson Galindo, assessor de Humberto, vira estadual. Como é que o PT pode prosperar com um presidente (Doriel) que opera em causa própria e não harmoniza o partido ?".

Marília Arraes esnobada dentro do PT

Como mostrou a coluna, oficialmente, três nomes disputam a indicação do PT ao Senado pela Frente Popular. Além de Marília Arraes, o deputado federal Carlos Veras e a deputada estadual Teresa Leitão concorrem à vaga. Extraoficialmente, a situação não é favorável à deputada federal.

Fontes do blog afirmam que Marília está fora do páreo, pois é rejeitada veementemente pelo PSB, aliado do PT na Frente Popular. Ela travou disputa ferrenha contra João Campos (PSB), em 2020, pela Prefeitura do Recife.

Dessa forma, as apostas internas no partido dão conta que Carlos Veras deve ser o indicado do PT ao Senado. Já a oposição trabalha com um cenário diferente, apostando suas fichas numa candidatura de Teresa Leitão.