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Grupo pernambucano Agemar arremata terminal de graneis sólidos de Suape

De acordo com Suape, o projeto deverá render, nos próximos meses, investimentos da ordem de R$ 59,8 milhões ao atracadouro pernambuco

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Jamildo Melo

Publicado em 30/03/2022 às 17:27 | Atualizado em 30/03/2022 às 22:16
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O consórcio liderado pela empresa pernambucana Agemar arrematou, na Bolsa de Valores de São Paulo, nesta quarta-feira, o terminal de graneis sólidos de Suape, colocado em leilão pela Antaq e ministério da Infraestrutrura. No leilão desta quarta, a Agemar associou-se a grupos de Santa Catarina (Loxus Graneis) e Paraíba (Marlog), no consórcio vencedor, batizado de SuaGraneis.

O grupo informou ao blog de Jamildo que esteve estudando o terminal há dois anos e que espera atender também a ampliação da refinaria de Abreu e Lima (Suape), com o segundo trem de produção. "Vamos ter muito trabalho pelos próximos 25 anos", disse o empresário Manoel Ferreira Neto.

Na mesma Bovespa, em leilão, em 2021, a empresa pernambucana conquistou o direito de administrar 11 aeroportos em São Paulo. Além do setor de administração de aeroportos, o Grupo Agemar, fundado em 1982, atua também, por meio de sua holding, nos segmentos de Operações Portuárias, Logística e Armazenagem, Pátios de triagem de caminhões, Transporte marítimo, Locação de contêineres customizados e Construções modulares.

Além de Suape, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) e o Ministério da Infraestrutura vão realizar na tarde desta quarta-feira o leilão dos terminais STS11, no Porto de Santos (SP). As sessões públicas estavam previstas para às 15h as atrasaram.

No que toca a Pernambuco, o governo federal havia informado que estima-se 12.095 empregos gerados ao longo do contrato de arrendamento, entre diretos, indiretos e efeito-renda.

“O Complexo Industrial Portuário de Suape vem passando por um importante momento de desenvolvimento, o que nos coloca com perspectivas positivas de grandes projeções econômicas na operação portuária e, sobretudo, na geração de novos postos de trabalho. Sem dúvida, o terminal de granéis sólidos está integrado a este momento de crescimento. Isso porque estamos falando na capacidade de Suape aumentar sua movimentação de carga e armazenagem de produtos que são importantes matérias-primas da produção industrial do País, como o milho, feijão, cevada, malte e fertilizantes”, afirma o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Geraldo Julio.
Diversificação

“Com este novo arrendamento, Suape vai dar um passo importante para diversificação de cargas e aumento significativo na movimentação portuária. Hoje, já há uma grande demanda para produtos como coque de petróleo e açúcar ensacado e a nossa expectativa é que o leque seja ampliado para novos granéis como a barrilha, matéria prima para a fabricação do vidro”, pontua o diretor-presidente da estatal, Roberto Gusmão.

MG/Divulgação
Além do setor de administração de aeroportos, o Grupo Agemar, fundado em 1982, atua também, por meio de sua holding, nos segmentos de Operações Portuárias, Logística e Armazenagem, Pátios de triagem de caminhões, Transporte marítimo, Locação de contêineres customizados e Construções modulares - MG/Divulgação

Veja detalhes do projeto

O terminal SUA07 trata de instalação portuária multipropósito, destinada à movimentação e armazenagem de granéis vegetais, granéis minerais e carga geral em área localizada no Complexo Portuário de Suape, município de Ipojuca-PE.

O terminal prevê a movimentação das seguintes cargas: (i) granéis vegetais, como trigo, milho, açúcar e, especialmente, malte e cevada; (ii) granéis minerais, especialmente coque de petróleo; e (iii) carga geral, especialmente açúcar ensacado.

A demanda de malte, por exemplo, se justifica pela saturação da armazenagem no Porto de Recife, além da alta demanda interna, preços internacionais competitivos e qualidade do malte externo como fatores de impacto na demanda por importação de malte.

O principal destino do malte serão os municípios de Itapissuma e Recife, nas proximidades do polo cervejeiro de Pernambuco, onde operam fábricas da Ambev, Brasil Kirin e Itaipava, além das microcervejarias, as quais realizam a produção das chamadas cervejas artesanais.

Já a movimentação de açúcar visa atender as usinas de açúcar da mata sul no embarque de açúcar ensacado e o coque de petróleo, que é utilizado nas indústrias siderúrgica, metalúrgica e cimentaria, possui previsão de ter 100% da demanda de exportação e cabotagem (embarque) absorvida.

Novos investimentos

De acordo com Suape, o projeto deverá render, nos próximos meses, investimentos da ordem de R$ 59,8 milhões ao atracadouro pernambucano.

O terminal licitado, atualmente sob contrato de transição à empresa pernambucana M&G São Caetano, foi projetado para movimentar e armazenar granéis vegetais e minerais, e carga geral.

O prazo contratual será de 25 anos, com celebração de contrato previsto neste ano e início das operações em 2024.

CORTESIA
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A empresa arrendatária deverá realizar investimentos para que o terminal seja dotado de capacidade estática mínima total de 12 mil toneladas, além da aquisição de sistemas de recepção rodoviária, sistema transportador de correias e equipamentos equivalentes para garantir a produtividade (prancha média geral) de 549 t/h (toneladas por hora) e 128 t/h, para a movimentação de coque de petróleo e açúcar ensacado, respectivamente.

O terminal voltou a operar desde junho do ano passado.

O espaço foi oferecido para contratação sob o regime de transição após a devolução da área pela Agrovia do Nordeste e autorização da Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários (SNPTA).

A M&G São Caetano participou do chamamento público em 2020 e ofereceu o maior preço do certame transitório.

O terminal tem capacidade para movimentar de 500 a 600 mil toneladas de carga por ano.

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