Bolsonaro pulou para 30% das intenções de voto, após saída de Moro
Números da mais pesquisa para presidente 2022 foram divulgados nesta quarta
Na mais recente pesquisa para presidente 2022, Bolsonaro deu um pulo para 30% das intenções de voto, acima da margem de erro da pesquisa Ipespe. Em informe ao blog, comentando a pesquisa, nesta quarta, o sociólogo Antônio Lavareda, do Ipespe, disse que a saída de Moro vai beneficiar Bolsonaro nas pesquisas.
"A saída de Moro foi o maior presente, até o momento, para a pré-campanha de Bolsonaro", afirmou Antônio Lavareda ao blog de Jamildo, comentando pesquisa para presidente 2022.
De acordo com o levantamento, Lula teria 44% dos votos, na estimulada. Já Bolsonaro teria 30% dos votos, mantendo o cenário de polarização do pleito.
No caso, Bolsonaro cresceu fora da margem de erro porque estava com 26% na pesquisa anterior e agora tem 30%. Para os produtores da pesquisa o movimento pode ser associado à saída de Moro. Lula se manteve nos mesmos 44%.
No cenário sem Moro, Ciro pouco sobe e teria 9%. Doria aparece com 3%, Tebet 2% e Janones 1%. Em um cenário de segundo turno, segunda a pesquisa, Lula teria 53% e Bolsonaro 33% dos votos.
"Há muito não se via nas intenções de voto do primeiro turno um movimento tão vigoroso em intervalo tão curto. O presidente cresceu dois pontos na questão espontânea, chegando a 27%; e nada menos que quatro pontos na estimulada atingindo, pela primeira vez desde 2019, os 30%", disse Lavareda, nesta quarta.
"Quanto aos demais, Lula continua liderando a lista com os mesmos percentuais de 15 dia atrás - 36% de espontânea e 44% na lista . A seguir vem Ciro Gomes, outro beneficiário visível da retirada do ex-juiz: ganha dois pontos e se aproxima dos dois dígitos, com 9%, além de ficar isolado voltando à terceira posição. Doria (3%) e Simone (2%) parecem ter herdado cada qual um ponto de Moro. Janones continuou com 1%. As menções a Felipe D´Ávila, Eymael e Vera não pontuam 1%".
INFLUÊNCIA POSITIVA DO APOIO DE MORO A UM CANDIDATO É DE 15%. A NEGATIVA, DE 27%.
"Em situações assim, os candidatos costumam pesar os efeitos desse apoio e fazer muitas contas antes de buscá-lo. Mas à chamada terceira via de centro-direita, cujos postulantes têm percentuais muito discretos, esses 15% podem se afigurar como a promessa de um caminhão potencial de votos. Na verdade, de pouco valerá a qualquer um deles conseguir o apoio de Moro se não assumir para valer na campanha as bandeiras da Lava Jato simbolizadas por ele", diz o analista.
Veja outras chaves para entendimento da pesquisa
DIMINUI A PERCEPÇÃO DO NOTICIÁRIO NEGATIVO (DE 54% PARA 51%) E AUMENTAM A APROVAÇÃO AO GOVERNO (DE 31% PARA 33%) E SUA AVALIAÇÃO POSITIVA (“O/B” VAI DE 26% PARA 29%). Os que percebem as notícias como “mais favoráveis “ oscilaram positivamente dois pontos e são agora 13%.A desaprovação ao Governo recuou dois pontos, chegando a 63%. Ainda que o “Ruim/Péssimo” (54%) não se tenha mexido, no geral é a melhor avaliação obtida pelo Governo desde o início do ano em sete rodadas da pesquisa.
MELHORA A PERCEPÇÃO DE QUE A ECONOMIA CAMINHA NO “RUMO CERTO” (27% PARA 29%) ENQUANTO OS MESMOS 63% DA RODADA ANTERIOR CONTINUAM APONTANDO QUE VAI NO “RUMO ERRADO”. O noticiário sobre o “vai e vem” dos novos dirigentes da Petrobras não parece ter agravado os já elevados temores da população quanto à condução econômica. E, de outro lado,o anúncio das seguidas quedas do dólar pode estar despertando algum otimismo.
LULA (46%), BOLSONARO (22%) E FERNANDO HENRIQUE (15%) FORAM CONSIDERADOS “O MELHOR PRESIDENTE ATÉ O MOMENTO”.
Vieram depois Itamar Franco (4%), Michel Temer (3%) e José Sarney (2%).No fim da fila, os dois que sofreram impeachment: Dilma Rousseff (1%) e Fernando Collor, com zero. Vários fatores interferem na memória coletiva. E a passagem do tempo é um deles. Como exemplo, o governo Sarney não foi presenciado por quase metade do eleitorado atual. Mas não deixa de ser interessante notar que os ex-presidentes, ligados aos partidos que hoje buscam um candidato viável na autodenominada “terceira via“, reunidos somam muito mais admiração (24%) que a soma das intenções de voto dos respectivos pré-candidatos. No outro lado da moeda, Jair Bolsonaro, com 40%, encabeça o ranking dos que foram classificados como o “Pior Presidente”, seguido por Dilma Rousseff (21%), Lula (14%), Collor (11%), Michel Temer (4%), FHC e Sarney, ambos com 2%, e Itamar Franco, com 1%.