Opinião

Chega de abandono, vamos agir na segurança pública. Por Miguel Coelho

Candidato do União Brasil, Miguel Coelho escreve sobre o problema da segurança pública

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Jamildo Melo

Publicado em 13/04/2022 às 10:16 | Atualizado em 13/04/2022 às 10:17
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Por Miguel Coelho, em artigo enviado ao blog de Jamildo

O Pacto pela Vida há muito tempo foi abandonado e já não existe mais, consequência de quase oito anos de uma administração sem comando, sem rumo. Pernambuco e o Brasil acompanharam chocados as cenas de violência em Porto de Galinhas. O destino turístico mais visitado do nosso Estado se transformou numa praça de guerra, território de criminosos, colocando em risco as vidas de seus moradores e dos turistas, além de prejudicar a geração de emprego e renda em um dos setores mais importantes da nossa economia.

O caos em Porto é o reflexo de um problema mais amplo que precisamos encarar de frente. Nós vamos fazer um novo Pacto pela Vida e adotar políticas públicas eficazes para resgatar a paz em Pernambuco. Isso não é uma promessa, é uma urgência. O Estado regrediu dramaticamente e voltou a ser campeão de homicídios no Nordeste, segundo o Atlas da Violência do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Apenas em janeiro e fevereiro deste ano, o município do Cabo de Santo Agostinho, no Litoral Sul, registrou 45 homicídios. No Estado inteiro, foram 617 pessoas mortas nesse período, com aumento de 22,8% na área Metropolitana e de 36,6% no Agreste, na comparação com os mesmos meses do ano passado. Os números são graves no que se refere ao tráfico de drogas, sequestros relâmpagos e roubos e furtos. Mesmo com toda a coragem dos nossos policiais nos confrontos com criminosos, há uma onda de violência crescente por falta de estrutura, de apoio às forças policiais, falta de gestão, de empenho, de pulso firme e de eficiência do governo socialista.

O caminho para desarticular e prender quadrilhas com elevado nível de organização é o do trabalho de inteligência por meio da Secretaria de Defesa Social (SDS), reduzindo as chances de conflitos a céu aberto como o de Porto, que vitimou uma criança de 6 anos. Não se faz política pública de segurança séria com gambiarra ou propaganda na televisão. Nessa área, como em muitas outras, o Governo de Pernambuco andou para trás, inegavelmente, como comprovam os próprios dados oficiais do Estado.

Desde 2014 que o Pacto Pela Vida não dá mais os resultados esperados. Não por coincidência, esse foi o último ano de governo de Eduardo Campos. Enquanto dez Estados e o Distrito Federal conseguiram reduzir as ocorrências, em Pernambuco a violência letal disparou. A taxa de crimes contra a vida no nosso Estado é de 38,3 por 100 mil habitantes, bem superior à da média nacional (23,6 por 100 mil habitantes).

O programa que proporcionou ao nosso Estado um melhor desempenho nas estatísticas, principalmente nos homicídios, foi pensado e estruturado para funcionar a partir de 6 eixos temáticos: repressão qualificada; aperfeiçoamento institucional; gestão do conhecimento; formação e capacitação; prevenção social do crime; e gestão democrática. Estão todos abandonados e nós vamos recomeçar, reestabelecer a autoridade e a liderança do governo, vamos fazer uma nova pactuação para tirar Pernambuco do atraso, tocando as ações de cada eixo simultaneamente, com metas objetivas, com governança, com persistência e autoridade.

Foi assim que nós conseguimos dar um salto em Petrolina, que é hoje uma das cidades mais seguras e pacíficas de Pernambuco, graças ao investimento de fizemos em segurança pública e na Guarda Municipal. Treinamos, valorizamos e ampliamos a tropa, passando de 120 para 200 guardas. Compramos armamentos e aumentamos a frota de viaturas de 7 para 54. Hoje, a Prefeitura de Petrolina tem mais câmeras de monitoramento que o próprio Governo do Estado e a Polícia Militar. Fizemos isso de maneira integrada com as polícias Civil, Militar e PRF, para que de forma sinérgica e conjunta a gente pudesse proteger o cidadão, que é a nossa obrigação.

Falta a Pernambuco voltar a ter um governador que saiba conduzir e liderar um processo de mudança e de gestão. É isso o que nós vamos mudar a partir do próximo ano, para resgatar a paz em nosso Estado. Esta é uma exigência que a população pernambucana nos apresenta em todos os lugares por onde andamos.

Por isso, vamos garantir a valorização salarial de todas as categorias da segurança pública e acabar com as faixas da PM. Vamos integrá-las com as guardas municipais e as forças nacionais. Faremos investimentos na modernização do aparato de segurança, sobretudo no setor de inteligência. Vamos ampliar presídios, renovar a frota, apoiar o trabalho rotineiro das forças policiais com auxílio-fardamento digno e realizar novos concursos. Para que fique evidente a nossa proposta central: estaremos do lado da população e dos nossos policiais sempre. É isso o que precisa ser feito. É isso o que vamos fazer.

Miguel Coelho, ex-prefeito de Petrolina, ex-secretário-geral da Frente Nacional de Prefeitos, é pré-candidato a governador de Pernambuco

 

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