gastos na pandemia

Governo de PE e Prefeitura do Recife deixam estragar 10,1 mil frascos de antibióticos comprados sem licitação na pandemia, diz Priscila Krause

Deputada do Cidadania reclama da compra de insumos no meio da pandemia e diz que eles foram perdidos

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Jamildo Melo

Publicado em 27/04/2022 às 13:19 | Atualizado em 27/04/2022 às 13:19
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A deputada estadual Priscila Krause (Cidadania) afirmou, em tom de denuncia, no plenário da Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco (Alepe), na sessão da manhã desta quarta-feira (27),  que uma ação compartilhada entre o governo de Pernambuco e a Prefeitura do Recife levou à invalidez – por ultrapassarem o prazo validade - de 10.125 frascos do antibiótico Cefepima, comprados emergencialmente em 2020 pela gestão do ex-prefeito Geraldo Julio (PSB) no Recife.

Em fevereiro, através das redes sociais, a parlamentar havia alertado para a grande quantidade do item à disposição dos estoques das secretarias de Saúde do Recife e de Pernambuco.

Desde fevereiro, Priscila Krause levou o tema aos órgãos de controle, como o Ministérios Público Federal, o Estadual e os tribunais de Contas da União e do Estado.

“O governo Paulo Câmara e o governo João Campos, numa ação deliberada de esconder as provas da corrupção na Prefeitura durante a pandemia, nos levaram a perder dez mil frascos de um antibiótico de amplo espectro, a Cefepima. Em meio à crise no sistema de saúde e à falta de itens básicos para o atendimento da população pernambucana, saber que esses itens irão para o lixo, como já foram milhares de ampolas do sedativo Propofol, ultrapassa os limites da má gestão. É crime”, afirmou Priscila.

De acordo com a parlamentar, segundo documentos dos sistemas de estoque estadual e municipal, encontram-se invalidados 9.162 frascos no almoxarifado da secretaria estadual, em Jaboatão, e mais 963 ampolas no estoque da Prefeitura, que funciona num galpão na Guabiraba.

No acompanhamento realizado pelo mandato da deputada, foram observados desde o último mês do governo Geraldo Julio registros de transferências volumosas de insumos (EPI’s, medicamentos e material de penso) do Recife para o estado de Pernambuco.

"Os repasses foram denominados de “empréstimos”, mas não há comprovante de que a gestão estadual estivesse precisando dos itens. No caso do antibiótico, 12,5 mil unidades foram entregues ao governo estadual em abril de 2021, já no governo João Campos (PSB), e desde lá nenhum foi utilizado. Com os nossos questionamentos, em fevereiro, apressou-se a distribuição dos itens, entre eles 2,0 mil para a Prefeitura de João Pessoa e 2,0 mil para o Hospital Regional do Agreste, mas não houve tempo hábil para a distribuição da totalidade", afirmou.

"A gente atuou e pelo menos oito mil frascos dos 18 mil que estavam parados tomou algum destino, mas isso não apaga o fato de que 10 mil unidades, equivalente a um custo de quinhentos e quarenta mil reais, ficou inutilizado. Temos um problema de origem que é o fato de João Campos ter recebido um estoque milionário e totalmente desproporcional à necessidade da cidade e não ter dado um pio. Calou-se e começou a repassar volumes absurdos de item para o governo Paulo Câmara, que nitidamente não tinha demanda, pois já faz suas compras por unidade hospitalar. Literalmente está sendo feita uma desova para esconder o crime de superdimensionamento e superfaturamento que marcou a gestão da pandemia no Recife”, afirmou, na Alepe.

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