Em nova rodada de disputa por Lula, Marília estará no lançamento da pré-campanha do petista; com covid, Danilo se ausenta
Disputa de Marília Arraes e Danilo Cabral pela imagem de Lula é uma das questões paralelas ao lançamento oficial da pré-candidatura do petista
Dentre as questões paralelas correndo junto ao lançamento oficial da pré-candidatura de Lula (PT) à Presidência da República, que ocorre neste sábado (7) em São Paulo, uma envolve Pernambuco. Cá, Marília Arraes (SD) e Danilo Cabral (PSB) brigam pela associação à imagem do pré-candidato, mas só um deles estará em solo paulista.
Isso acontece porque Danilo Cabral, pré-candidato ao Governo de Pernambuco apoiado oficialmente por Lula, não poderá comparecer ao evento. O deputado federal, após intensa agenda em Brasília, testou positivo para covid-19 e cumpre isolamento social.
Ele vai acompanhar o evento de forma remota, mas já faz circular no WhatsApp uma foto sua com o ex-presidente, falando sobre o lançamento da pré-candidatura de Lula e a presença de Alckmin, filiado ao PSB, na chapa.
Marília Arraes, por sua vez, já garantiu presença no evento, que será fechado e contará com a presença de 4 mil pessoas, todas previamente cadastradas. A ex-petista, em tempo, não parece encontrar resistência do ex-presidente para uma aproximação.
Na última semana, quando o Solidariedade realizou ato para oficializar apoio ao ex-presidente, a deputada ofereceu ao ex-presidente um chapéu onde lia-se "Lula + Arraes". No evento deste sábado, porém, Marília Arraes não terá foto com Lula garantida, pois espera-se que somente o petista e Geraldo Alckmin (PSB) discursem.
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Lula colocou o objeto na cabeça, rendendo inúmeras imagens e fazendo a movimentação repercutir em Pernambuco. Aliados de Danilo Cabral classificaram a atitude como 'desespero' de Marília Arraes. Mas aliados da pré-candidata ao Governo saíram em sua defesa.
Outra questão envolvendo o evento é o temor, por parte de aliados, de novas gafes e deslizes no discurso de Lula. Pessoas próximas ao ex-presidente, segundo The Intercept, Valor e Estadão, já tentam fazer o pré-candidato ficar mais atento com relação aos discursos.
O lançamento da pré-candidatura de Lula acontece num evento fechado, para 4 mil pessoas, a ser realizado em São Paulo. A ideia, segundo os bastidores, é que somente o petista e Geraldo Alckmin (PSB), seu vice, discursem.
Dessa forma, aliados já estariam preocupados em conter uma possível nova gafe ou deslize no discurso de sábado. O momento é delicado porque Jair Bolsonaro (PL) vem crescendo nas pesquisas eleitorais e a distância entre o petista e seu principal adversário diminuiu consideravelmente.
Avalia-se que, recentemente, Lula abriu espaço para críticas ao enveredar por questões mais ideológicas e comportamentais, tirando o foco da economia, desemprego e demais temas desconfortáveis para o atual presidente.
Somente nas últimas semanas, contabilizam-se pelo menos quatro falas que geraram desgaste à imagem de Lula. No começo de abril, pediu que militantes fizessem pressão na casa dos parlamentares. No dia seguinte, falou sobre aborto, tema que abriu espaço para ataques do público bolsonarista.
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O ex-presidente também chegou a dizer que o Brasil "está chato para cacete", reclamando do que chamou de 'politicamente correto'. A declaração, desta vez, gerou desgaste do pré-candidato entre a própria esquerda.
Lula também precisou pedir desculpa à classe policial recentemente. Isso porque, numa crítica à política armamentista promovida pelo Governo Bolsonaro, disse que o presidente "não gosta de gente, mas gosta é de policial".