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Exclusivo: Marília Arraes e Miguel Coelho podem se unir em candidatura única

Diante do desafio de aglutinar apoios à sua pré-candidatura ao Governo de Pernambuco, Marília Arraes (SD) intensificou as conversas com Miguel Coelho (UB)

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Augusto Tenório

Publicado em 10/05/2022 às 15:23 | Atualizado em 05/09/2023 às 9:40
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Diante do desafio de aglutinar apoios à sua pré-candidatura ao Governo de Pernambuco, Marília Arraes (SD) intensificou as conversas com Miguel Coelho, pré-candidato pelo União Brasil, indicam interlocutores ouvidos sob reserva pela coluna.

O ex-prefeito de Petrolina nega a possibilidade de retirar candidatura.

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Marília Arraes e Miguel Coelho podem se unir em candidatura única

Caso Miguel não vá além do patamar de um dígito nas pesquisas até meados de junho, indicam interlocutores, poderia ser formada uma composição com Marília.

Ouvidas sob reserva, fontes da coluna acreditam que o ex-prefeito de Petrolina pode não participar da majoritária, mas ainda assim fortalecer seu núcleo político com a movimentação.

As conversas teriam como previsão a candidatura de Miguel à Câmara dos Deputados e do seu irmão, Fernando Filho, ao Senado. Ele já apareceu forte, com 15% de intenção de voto para o cargo num dos cenários testados na última pesquisa Conectar.

Fernando Bezerra Coelho, dessa forma, poderia entrar como suplente para, posteriormente, assumir o cargo e continuar com mandato na Câmara Alta.

O problema, porém, é que FBC está no MDB, partido que está na Frente Popular, impossibilitando sua vaga na suplência.

Mas essa composição aconteceria num cenário no qual André de Paula não se alie a Marília Arraes. O presidente estadual do PSD, que pode romper com a Frente Popular caso não seja anunciado como pré-candidato ao Senado, também negocia com a pré-candidata e o desembarque acarretaria numa mudança de panorama.

Em tempo, sabe-se que Miguel Coelho mantém conversas também com Raquel Lyra, ex-prefeita de Caruaru e pré-candidata ao Governo pelo PSDB.

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Caso André de Paula de fato anuncie a composição com Marília Arraes, uma nova configuração de chapa teria de ser formada e, nesse caso, tanto a ex-petista quanto o ex-prefeito de Petrolina precisariam de abrir mão de alguns postos, levando em conta ainda que, junto com o PSD, chega também o PP de Eduardo da Fonte.

"Marília faria algumas concessões, mas todos se ajeitam. A conversa com André estava avançada", diz uma fonte ouvida pela reportagem.

Nos bastidores, avalia-se que essa mudança pode não acontecer porque, recentemente, André de Paula vem se movimentando para galgar uma candidatura avulsa, sem romper com o PSB, líder da Frente Popular. O social democrata, porém, já disse que não quer ser candidato 'solto' e vai compor uma chapa.

Enxerga-se que o cenário de uma candidatura avulsa poderia se concretizar porque os socialistas não engoliram Teresa Leitão, indicada pelo PT ao Senado, e enxergam no social democrata um 'candidato de segurança'.

Dessa forma, com André de Paula correndo de forma 'avulsa' à Câmara Alta, ala do PSB poderia trabalhar para elegê-lo ao mesmo tempo em que, oficialmente, formam uma chapa com Teresa Leitão.

Fazendo esse jogo, porém, os socialistas arriscam não terem a imagem de Lula associada a Danilo Cabral, pré-candidato de Paulo Câmara ao Governo.

Já a vaga de vice na chapa liderada por Marília continua em aberto. O principal nome cotado é Sebastião Oliveira, do Avante, que caminha junto com André de Paula e Eduardo da Fonte. O cargo não foi definido ainda para manter um espaço aberto nas negociações.

Pressa é a palavra para Miguel Coelho e Marília Arraes 

Diante das duas frentes de negociação abertas por Marília, aliado conta que o tempo age contra Petrolina, que precisaria definir o futuro para conseguir espaço e ter maior poder de barganha nas conversas.

Em tempo, Marília Arraes também tem pressa, apesar de liderar a corrida pelo Governo de Pernambuco, como mostrou a pesquisa eleitoral Conectar.

Avalia-se nos bastidores que ela tende a derreter caso não consiga alianças que lhe ofereçam capilaridade junto às bases e, além disso, tempo de televisão ou rádio.

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O Solidariedade, partido ao qual se filiou após deixar o PT, não oferece esses ativos.

Já Miguel Coelho, como indica a pesquisa eleitoral Conectar, tem intenção de voto restrita ao Sertão de Pernambuco. Na avaliação de de um aliado de Raquel Lyra (PSDB), ouvido sob reserva, ele está encurralado.

"Miguel vai ter dificuldade de crescer. Ele ficou ensanduichado, entre a direita e a esquerda, não tem votação fora do sertão. Não se acredita que mantenha [a candidatura]", afirma um aliado de Raquel Lyra, ao editor do blog Jamildo Melo.

Ouvido pela reportagem, um aliado de Marília faz leitura semelhante: "Ele ficou assustado com o crescimento de Lula e não esperou, poderia ter sido o candidato de Bolsonaro. Anderson foi mais esperto e, na avaliação geral, contam que ele deve estar no segundo turno".

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