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Com aval do PSB, PT indica nome de Teresa Leitão ao Senado

Evento do PT lança Teresa Leitão ao Senado, amarra militância de Lula a Danilo Cabral e tenta afastar Marília Arraes da esquerda

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Augusto Tenório

Publicado em 15/05/2022 às 21:04 | Atualizado em 16/05/2022 às 15:58
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O evento realizado na tarde deste domingo (15) pelo diretório estadual do PT deu conta de três frentes para as eleições deste ano: confirmar Teresa Leitão como senadora da Frente Popular, reforçar o apoio do partido de Lula à pré-candidatura de Danilo Cabral (PSB) ao Governo de Pernambuco e afastar Marília Arraes (SD) da esquerda.

Em meio às bandeiras vermelhas e cantorias de esquerda, Danilo Cabral parecia estar em casa. O ato, no qual estiveram presentes Sileno Guedes, presidente estadual do PSB, e o governador Paulo Câmara (PSB), articulador da Frente Popular, colocou fim à novela sobre a presença do PT, Lula e sua militância na campanha do socialista, considerada fundamental para sua eleição.

"Não vamos deixar o povo ser induzido ao erro por quem se diz alternativa de esquerda. Precisamos de uma chapa progressista, da esquerda para o centro, e não uma do centro para a direita. (...) Vamos trabalhar para que a base dos trabalhadores tenha a clareza do projeto de Lula em Pernambuco: Danilo Cabral para governo e Teresa Leitão para Senado!", disse Doriel Barros, presidente do PT-PE, na abertura do evento.

Teresa Leitão, em seu discurso, disse que não houve 'novela' na Frente Popular, mas conversas e chegou a dizer que o processo na aliança é diferente de 'alguns arranjos que andam a enfeitiçar o mundo'. Assumiu que a relação PT-PSB passou por maus momentos, mas garantiu que o PT não vai e nem quer resolver tudo sozinho. "Vamos comer muita Lula com chuchu", brincou.

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Paulo Câmara (PSB), Teresa Leitão (PT) e Danilo Cabral (PSB), no evento do PT - Augusto Tenório/Blog imagem

Danilo Cabral, colocado como representante em Pernambuco da aliança nacional PT-PSB, classificou Lula como 'maior presidente da história do Brasil' e avisou: "quero o PT governando comigo". Paulo Câmara completou: "a gente conta com o PT, suas bases sociais e políticas". Para o governador, agora é o momento de fazer os candidatos serem conhecidos no estado.

Em tempo, a militância petista deu o tom das exigências para se fazer campanha para Danilo Cabral. "Vamos pedir voto, mas vamos cobrar. Não queremos privatizações", avisou Paulo Rocha, presidente estadual da Central Única dos Trabalhadores. No seu discurso, o senador Humberto Costa (PT) afirmou que a presença de Teresa reforça a vontade das bases para a campanha de Danilo.

Apesar de falar em unidade, Luciana Santos (PCdoB), que lançou sua pré-candidatura ao Senado também pela Frente Popular, não esteve no evento. João Campos (PSB), prefeito do Recife, não foi convidado. Liderança do PT afirmou que é natural a falta de alguns quadros, por tratar-se de um evento do partido, e não da aliança.

Paulo Câmara também não é presença confirmada na campanha. De acordo com Sileno Guedes, a campanha e a política são cenas diferentes: 'temos um legado para defender e apresentar, cuja consolidação Paulo Câmara deu uma colaboração enorme para sua consolidação, agora se vai aparecer sua imagem... Ele vai estar presente como coordenador da campanha, mas cada um tem um papel... A estratégia ainda não foi definida'.

Em tempo, apesar de contar com o apoio expresso de Sileno Guedes, Paulo Câmara e Danilo Cabral, o nome de Teresa Leitão ainda há de ser apresentado oficialmente aos demais partidos da Frente Popular. Com a indicação da petista, André de Paula deixou a aliança, levando consigo o PSD para a candidatura de Marília Arraes.

Evento do PT para indicação de Teresa Leitão ao Senado contou com mais críticas a Marília Arraes

A ex-petista foi alvo de diversas indiretas durante o discurso das lideranças tanto do PT quanto do PSB. "Teresa não é daquelas que entram, passam uma chuva e vai embora. Não adianta nada dizer que estava com Lula e quando a Lula mais precisava, virar as cotas. Quem faz isso não é lulista. (...) Aqui em Pernambuco não estamos divididos, não temos dois palanques. Lula estará com o pé em uma única canoa para eleger Danilo e Teresa!", disse Humberto Costa.

Sileno Guedes foi na mesma linha: disse que o PSB, para as eleições deste ano, tem duas prioridades: eleger Lula presidente da República e fortalecer a Frente Popular, com Danilo Cabral como governador e Teresa Leitão sendo a primeira senadora eleita por Pernambuco.

Outra presença de destaque foi Márcia Conrado, prefeita de Serra Talhada. Trata-se de uma das principais bases eleitorais de Marília Arraes, que lidera a corrida pelo Governo de Pernambuco. Ao lado da gestora municipal estava Carlos Veras, deputado federal pelo PT, que renunciou a pré-candidatura ao Senado em nome de Teresa Leitão.

Questionado se, pelo volume de indiretas durante os discursos, Marília Arraes seria a primeira adversária a ser superada na sua campanha, Danilo Cabral respondeu sem citar o nome da pré-candidata. O pré-candidato do PSB disse não ter adversários específicos ou se preocupar com quem será seu adversário na campanha.

"Temos clareza que vamos ganhar a eleição porque temos um time que representa os avanços da Frente Popular em Pernambuco e a aliança estratégica em nome do Brasil, consolidada com a relação PT-PSB, que tem na figura de Lula o grande condutor dessa aliança. O que me cabe é mostrar nosso time, história e preparo para ser governador", disse Danilo Cabral.

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