guerra de narrativas

Paulo Câmara cobra responsabilidade de Bolsonaro com Metrô do Recife e Anderson não gosta. 'Não tem moral para cobrar nada do presidente'

O Metrô do Recife é uma estatal federal, gerida pelo governo federal. Só mesmo a arte da política para tentar culpar o Estado pelos caos atual no sistema. O BNDES estuda uma possível estadualização

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Jamildo Melo

Publicado em 19/05/2022 às 10:26 | Atualizado em 19/05/2022 às 10:51
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O pré-candidato do Partido Liberal (PL) ao Governo de Pernambuco, Anderson Ferreira reagiu a nota que o governador Paulo Câmara enviou ao blog de Jamildo, nesta quinta, afirmando que ainda não havia decidido pela estadualização do Metrô do Recife e, neste tempo, em tom de cobrança, o governo Bolsonaro não deveria deixar sucatear ainda mais os serviços da estatal federal.

O Metrorec é uma estatal federal, mas a oposição vem tentando culpar o governo do Estado pelo caos no sistema. Raquel Lyra já havia declarações na mesma linha, embora o partido dela, o PSDB, tenha assumido o controle da estatal politicamente, sem resolver os problemas.

Nesta sexta-feira, Ferreira classificou como “mais um delírio” do governador Paulo Câmara (PSB), ao se referir à cobrança, feita pelo chefe do Executivo Estadual ao Governo Federal, em relação à não degradação do metrô e ao pedido de estadualização do sistema.

“Para quem recebeu ajuda do Governo Federal e vacinas para enfrentar a pandemia, caberia, sim, agradecer”.

Anderson disse que o posicionamento do governador se deu no mesmo dia em que o Ministério da Infraestrutura liberou R$ 55 milhões para a recuperação da pista - que hoje opera em condições precárias - do aeroporto da Ilha de Fernando de Noronha.

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Categoria está assustada com a decisão de concessão pública do Metrô do Recife e já avisou que vai partir para a briga com o objetivo de evitar a transferência da gestão e operação e a demissão de pelo menos 40% dos metroviários da CBTU Recife - SCOTT OLSON / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP

“Após oito anos de incompetência e descaso em relação ao sistema de transporte público de passageiros no estado, um sistema falido e que colocou Pernambuco de joelhos perante um grupo de empresários, quem é Paulo Câmara para querer cobrar algo de alguém?”, disse Anderson, em referência ao sucateamento dos terminais integrados de passageiros e às  condições de trabalho dos profissionais e dos ônibus que operam na Região Metropolitana.

“Essa declaração do atual governador é somente mais uma dentre as tantas que são feitas na tentativa de encontrar um responsável pela sua própria ineficiência”, afirmou.

“Paulo Câmara não tem que fazer cobranças a Bolsonaro, mas, sim, prestar esclarecimentos ao povo de Pernambuco. Se ele realmente tem interesse em pedir ajuda ao Governo Federal, que se levante da cadeira e assim o faça, com humildade e respeito, colocando os interesses do estado à frente. Com um estado tendo os piores índices no país na área de segurança pública, em relação ao crescimento econômico e geração de empregos, a pergunta é muito simples: qual é a moral que tem Paulo Câmara, Danilo Cabral e o PSB? Se o Governo do Estado pagasse a dívida de mais de R$ 100 milhões que tem junto à CBTU, garanto, até Paulo Câmara andaria de metrô”, pontuou.

De acordo com o presidente estadual do PL, há 15 dias, a bancada do partido apresentou três projetos de lei na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), de impacto nos setores econômico e social.

“Até o momento, não houve qualquer tipo de manifestação por parte de Paulo Câmara quanto às matérias. Estamos há 15 dias aguardando uma manifestação do governador sobre o absurdo na cobrança do IPVA, que penaliza mais de três milhões de pessoas; o fim da prorrogação do Fundo Estadual de Equilíbrio Fiscal, uma medida que tira a competitividade das empresas instaladas no estado; e a tarifa social da água, que deveria estar beneficiando mais de dois milhões de pernambucanos”, disse Anderson.

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