Opinião

A desistência de João Doria. Por Cássio Faeddo

Pressionado pelo próprio partido, o ex-governador de São Paulo, João Doria, abandonou o sonho de ser presidente da República

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Jamildo Melo

Publicado em 24/05/2022 às 13:14 | Atualizado em 24/05/2022 às 13:34
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Por Cássio Faeddo, em artigo enviado ao blog de Jamildo

Mais uma desistência na corrida presidencial aconteceu nos últimos dias. Desta vez, pressionado pelo próprio partido, foi a vez do ex-governador de São Paulo, João Doria, abandonar o sonho de ser Presidente da República do Brasil.

O Brasil parecer ser um país muito ingrato aos pretendentes que costuram com afinco uma candidatura ao Planalto; não é incomum o acaso, uma onda popular, eleger presidentes por aqui.

Apesar de João Doria ter deixado o Estado de São Paulo com resultados superavitários, ter entregue a vacina de forma rápida e eficiente, suas escolhas políticas passadas não foram bem recebidas pelo eleitorado.

Sua curta passagem como Prefeito de São Paulo, após um duro embate interno no PSDB, seguido de desgaste justamente contra seu padrinho político, Geraldo Alckmin, somados ao conhecido apoio bolsodoria, custaram muito caro ao ex-governador em termos de imagem.

Quem cola a imagem no bolsonarismo, e depois desgarra, fica sem qualquer base sólida de apoio em tempos de polarização política.

Mas João Doria, hoje, tem muito mais experiência política, na administração pública, e um excelente trânsito internacional. Tem ótima formação, mas deveria rever alguns conceitos de social democracia que o PSDB veio perdendo pelo caminho desde a criação do partido. O PSDB, hoje, não é um partido social democrata, mas um a mais no limbo do neoliberalismo em crise.

Sob o ponto de vista da distribuição de votos de João Doria aos demais, sua desistência nessa altura da corrida eleitoral, servirá apenas para limpar a prateleira para o eleitorado. Ficará mais fácil escolher um candidato ou candidata. Percentual de votos pouco importa agora, e outros eventos podem afetar as urnas até outubro.

Dos que restaram, possivelmente sobreviverão as candidaturas de Bolsonaro, Lula e Ciro Gomes, pois os três têm relevância estatística, e sobretudo, uma militância orgânica que mantém acessa a chama da campanha principalmente nas redes sociais.

Salvo o fator surpresa ou a mão pesada do destino, os demais pretendentes ao Palácio do Planalto figuram hoje em uma improvável quarta via a pouco mais de cinco meses das urnas. Muito tarde para desconhecidos terem sucesso contando basicamente com campanha em TV e Rádio.

Cássio Faeddo éa advogado. Mestre em Direitos Fundamentais. Especialista em Ciências Sociais – USCS. MBA em Relações Internacionais - FGV/SP

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