Lula provoca após Moro virar réu: "que tenha o direito de defesa que não tive"
Condenado por Sergio Moro (União Brasil) em 2017, Lula (PT) provocou o ex-juiz, que virou réu numa ação movida por deputados do PT
Condenado por Sergio Moro (União Brasil) em 2017, Lula (PT) provocou o ex-juiz nesta terça-feira (24). O ex-ministro de Bolsonaro, que chegou a lançar pré-candidatura à Presidência, se tornou réu nesta semana numa ação movida por deputados do PT.
“O que eu quero que aconteça com o Moro é o que eu quero que aconteça com qualquer um desse País: que ele tenha um julgamento decente, digno, respeitoso e com direito a presunção de inocência, que eles possam provar as coisas que eles fizeram e o que não fizeram. (...) Que ele tenha o direito de defesa e a presunção de inocência que eu não tive com ele.", disse Lula em entrevista à Rádio Mais Brasil News.
Os parlamentares do PT, autores da ação, pedem que o ex-juiz reponha supostos prejuízos, causados pela sua atuação na Operação Lava Jato à Petrobras e à economia brasileira, aos cofres públicos.
Sergio Moro também se posicionou sobre o assunto. "A ação popular proposta por membros do PT contra mim é risível. Assim que citado, me defenderei. A decisão do juiz de citar-me não envolve qualquer juízo de valor sobre a ação", disse o ex-juiz.
Saiba mais sobre a ação movida pelos deputados do PT contra Sergio Moro
A coluna teve acesso à petição inicial, enviada à 2ª Vara Federal Cível de Brasília. A ação é movida por cinco deputados petistas e não estipula um valor para indenização, a ser pago caso o ex-juiz caso ele seja condenado. Veja quais são os deputados:
- Rui Falcão (PT-SP)
- Erika Kokay (PT-DF)
- Natália Bonavides (PT-RN)
- José Guimarães (PT-CE)
- Paulo Pimenta (PT-RS)
Sergio Moro foi juiz da Operação Lava Jato e, após condenar Lula (PT) em 2017, se tornou ministro de Jair Bolsonaro (PL) em 2018 e pré-candidato à Presidência em 2021.
"A razão de ser da ação popular (...) consiste no imperativo de responsabilização do réu, ex-juiz federal Sergio Moro, por perdas e danos decorrentes de atos gravemente violadores da moralidade administrativa, da legalidade e da impessoalidade, praticados no exercício de função pública em indisfarçável desvio de finalidade e prejuízo ao interesse público", diz a ação.
A petição inicial foi recebida nessa segunda-feira (23) pelo juiz Charles Renaud Frazão de Morais. "Cite-se o réu", determinou. A ação é assinada por Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas.
Foi esse o grupo responsável por promover o jantar com Lula e Alckmin, ainda em dezembro de 2021. Foi o primeiro encontro público entre o pré-candidato à Presidência da República e o ex-governador de São Paulo desde que o ex-tucano começou a ser cotado para ser vice na chapa do petista, o que se confirmou.