Políticos comparam ação da PRF em Sergipe com câmara de gás nazista
Um homem foi sufocado numa viatura da PRF, em Sergipe. Políticos comparam o ocorrido com extermínio nazista, promovido com câmaras de gás
Caminhões de extermínio, capazes de bombear gás para seu interior, eram estacionados na zona rural da Alemanha nazista, sufocando assim suas vítimas. A câmara de gás móvel é descrita no livro A lista de Schindler (Thomas Keneally, 1982). Cá, mais de 70 anos após a morte de Hitler, lembrança desse passado voltou ao debate público após homem ser sufocado em viatura da PRF, no interior de Sergipe.
Nas redes sociais, políticos se posicionaram sobre a morte de Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, comparando a cena com o extermínio promovido por nazistas. O homem foi imobilizado por policiais rodoviários federais e colocado dentro do porta-malas de uma viatura, que encontrava-se tomado por fumaça.
Vídeo mostra as autoridades da Polícia Rodoviária Federal segurando o porta-malas, no qual Genivaldo foi colocado, enquanto sua perna aparece para fora da viatura, se debatendo. Laudo do IML aponta morte por asfixia mecânica e insuficiência respiratória. Genivaldo era casado e deixa um filho.
O senador Renan Calheiros (MDB-AL), chegou a citar o nazismo para comentar o ocorrido: "Bolsonaro copia o nazismo: na mentira, militarização, culpar a esquerda pelos fracassos, perseguir minorias e agora aplaude o extermínio e a matança. O que faz PRF em operações de fuzilamento no RJ e execuções com gás em SE? Os nazistas não passarão".
Guilherme Boulos (PSOL) seguiu a mesma linha: "Uma das cenas mais bárbaras do Brasil bolsonarista. Transformaram a viatura numa câmara de gás. Ainda é possível que sejam elogiados pelo presidente, como os policiais da chacina no Rio. Esses assassinos sádicos têm que ser presos. Minha solidariedade aos familiares de Genivaldo".
O deputado federal Ivan Valente (PSOL) afirmou que o "crime" não pode ficar impune, alegando que as forças policiais não podem ser transformadas numa "milícia assassina".
Já Alessandro Vieira (Cidadania), senador por Sergipe, adotou tom mais brando: "O trabalho policial é complexo e arriscado. Exige capacitação e equilíbrio. Nada justifica a sequência de erros que causaram a morte de um cidadão em Umbaúba/SE, durante ação da PRF. Presto total solidariedade aos familiares da vítima e aguardo a posição da Justiça sobre o caso".