Metrô do Recife não pode aumentar viagens de trem por falta de energia confiável
Em ofício, Metrô do Recife informa à CBTU vários problemas, como energia não confiável e até falta de dormentes
Mais cedo, o blog revelou que, em um relatório de 58 páginas, o Metrô do Recife alertou a CBTU, do governo Federal, que o sistema de trens da cidade corre o risco de asfixia se não forem repassados recursos urgentemente para a área de manutenção. Em um dos tópicos, a direção local do Metrô do Recife informa que não pode aumentar o número de viagens de trem por falta de energia confiável. Atualmente, há 16 trens na linha Centro e oito trens na linha Sul.
"Para um intervalo de trens menor do que o atualmente praticado, será necessário uma melhoria na oferta de potência em pontos já existentes", afirma a estatal federal, em documento enviado a CBTU, no começo do mês passado.
"Hoje, operamos com potência reduzida de trens, visto que, com a potência total, os disjuntores operam e podem causar uma reação em cadeia, desenergizando toda a linha", diz trecho do documento, que cita ainda que perde 30% da potencia instalada por conta de disjuntores inoperantes (6 em 24 deles).
O documento mais recente foi enviado em 12 de abril de 2022 e apresenta outras preocupações quando ao sistema. Uma delas é falta de dormentes na manutenção da via. "Hoje, os nossos estoques são de apenas 9% da capacidade de atender a demanda", diz a estatal.
Os autores do informe oficial explicam que alguns equipamentos dos sistemas das subestações, em especial na linha Sul, são do início da década de 80 e estão fora de catálogo. "Não há peça de reposição no mercado", frisam, de tão antigos.
Dorival Martins, gerente operacional de sistemas fixos e via permantente do Metrô do Recife, resume a situação nos documentos internos trocados com a CBTU. "... gostariamos de registrar a nossa necessidade por um orçamento operacional que venha a suprir às nossas necessidades, sem ter que paralisar sistemas por falta de condições em mantê-lo", escreve ao governo federal, dono da estatal de trens.
O documento aponta a queda de investimentos como o principal problema hoje. Um dado é alarmante. A previsão de orçamento para investimentos era de R$ 20 milhões, mas as transferência ficaram no patamar de R$ 2 milhões. Veja tabela abaixo.