Efeito das chuvas

'Empresa denunciada na Torrentes é fornecedora de lonas usadas nos morros do Recife', diz Priscila Krause

Com as chuvas no Recife, gabinete da deputada Priscila Krause colocou mais atenção nos gastos com os morros da cidade

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Jamildo Melo

Publicado em 06/07/2022 às 17:31 | Atualizado em 06/07/2022 às 17:52
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A deputada estadual Priscila Krause (Cidadania) divulgou vídeo, nesta quarta-feira (6), informando que protocolou no Ministério Público Federal representação solicitando investigação em torno da relação do governo de Pernambuco e da Prefeitura do Recife com uma microempresa que teria ligação com empresários denunciados na Operação Torrentes da Polícia Federal, em 2017.

"O fato se configuraria como descumprimento de uma medida cautelar da Justiça Federal. Impedidos de negociar com o poder público, o grupo teria se articulado para desaguar os negócios com as gestões do PSB numa outra empresa, denominada MN Plásticos & TNT Eireli".

"Só a gestão atual, do prefeito João Campos (PSB), já adquiriu a essa empresa mais de R$ 10 milhões em lonas plásticas usadas nos morros do Recife".

De acordo com Priscila Krause, as chuvas ocorridas no mês de maio na Região Metropolitana do Recife levaram o seu mandato a se aprofundar nas despesas das gestões estadual e municipal com as ações de atendimento à emergências climática e à prevenção de desastres naturais.

“A gente identificou que o Recife compra uma quantidade de lonas muito acima da média dos demais municípios e foi buscar dados sobre a qualidade dos materiais e sobre a empresa fornecedora. Nos deparamos com informações, encaminhadas aos órgãos federais, que nos levam ao fato que parte do grupo denunciado na Operação Torrentes, que investigou justamente de desvio de verbas públicas para o enfrentamento das chuvas de 2010 e 2017, seguiu negociando livremente com as gestões do PSB”, registrou.

Conforme os dados levantados pelo gabinete parlamentar, a empresa AM Júnior Comércio de Artigos de Couro Ltda. foi impedida de negociar com o poder público por decisão decorrente da Operação Torrentes, mas seguiu fornecendo materiais – inclusive vendendo rolos de lonas plásticas para a Prefeitura do Recife em 2018, 2019 e 2020 – até quando o Ministério Público Federal requereu nova prisão preventiva do seu proprietário, o que ensejou a paralisação dos negócios.

"Logo em seguida, no início de 2021, a nova empresa, situada em Igarassu, teve alterações no seu contrato social e passou a vencer licitações no Recife (lonas plásticas) e no governo de Pernambuco (fardamento escolar). Há registro de que sócios da atual empresa e das empresas investigadas na Operação Torrentes residem no mesmo local".

No ofício encaminhado ao MPF, a parlamentar solicita que sejam aprofundadas apurações a respeito da possibilidade de os procedimentos licitatórios tanto do governo de Pernambuco quanto da Prefeitura do Recife terem sido fraudados para que ocorresse a vitória da nova empresa, que não tinha histórico de fornecimento dos itens e passou a negociar compras milionárias.

"Criada em 2018, a MN Plásticos & TNT só tem registros dos primeiros negócios com a administração pública em 2020 num volume de R$ 11,8 mil. Em 2021 e 2022 (até junho), os empenhos já somam R$ 22,7 milhões".

 

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