Mais educação

Em encontro, sociedade civil pede que ensino público de qualidade se torne eixo estratégico do desenvolvimento local

Atitude Pernambuco e Todos Pela Educação, empresários e lideranças do terceiro setor querem compromisso de todos os candidatos a governador do estado para que o tema seja prioridade em seus programas

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Jamildo Melo

Publicado em 06/07/2022 às 18:02 | Atualizado em 06/07/2022 às 18:47
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Em ano de sucessão presidencial e estadual, o movimento empresarial Atitude Pernambuco e a ONG Todos Pela Educação estão juntos nesta semana para discutir os caminhos para educação. No final do mês, após apresentar suas propostas à sociedade, as duas entidades vão se reunir com os candidatos ao governo do Estado, ouvi-los e entregar sugestões, com foco no que fazer.

Situação da educação

Na avaliação das entidades, a educação em Pernambuco enfrenta um cenário complexo. Como reflexo, entre outros fatores, da pandemia, o número de matrículas na educação infantil caiu 7,3% entre 2019 e 2021, segundo a 1ª etapa do Censo Escolar 2021, produzido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Por outro lado, houve avanços significativos, como a ampliação do ensino integral na rede pública estadual, de 52 para 576 escolas, entre 2008 e 2022.

Empresários locais que defendem a causa e organizações do setor observam acertos, mas também desafios e oportunidades.

O consenso é que as políticas públicas na área precisam ser continuadas e aprofundadas para transformar a educação, de fato, em eixo estruturador do desenvolvimento local.

Ano de eleições

“Vamos somar esforços para que o tema integre de forma estratégica o programa de todos os candidatos a governador de Pernambuco, com propostas e metas claras”, afirma o diretor executivo do Atitude Pernambuco, Guilherme Cavalcanti.

“Reconhecemos o trabalho iniciado pelo governo estadual no começo dos anos 2000 e ampliado ao longo de várias gestões. Com isso, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, o IDEB, calculado pelo Ministério da Educação a cada dois anos, mostra Pernambuco evoluindo, entre 2005 e 2019, de 3.1 para 5.0, na avaliação do 5º ano, antiga 4ª série”, destaca.

“Mas percebemos a necessidade de uma aceleração desse processo”.

Ensino integral

“Vemos com atenção especial a expansão do ensino integral. Esse modelo, além de formar estudantes muito mais capacitados para os desafios do mundo contemporâneo, com uma grade curricular ampliada, também tem um impacto social relevante nas comunidades de baixa renda, ao manter os alunos em atividades pedagógicas por mais tempo e, com isso, longe da vulnerabilidade”, afirma Guilherme Cavalcanti.

Evento no Recife

Para defender essas propostas, Atitude Pernambuco e Todos Pela Educação realizam nesta quarta-feira (6/7), às 19h, o evento aberto e gratuito Atitude Pela Educação, no auditório do JCPM Trade Center, no Pina, Zona Sul do Recife.

Os palestrantes serão a presidente-executiva da ONG, Priscila Cruz, e o ex-head da Philips na América Latina e fundador do Instituto de Corresponsabilidade Pela Educação (ICE), Marcos Magalhães.

Depois dos painéis, haverá um debate com os palestrantes e o PhD em Educação Matemática Luciano Meira, co-fundador da Joy Street - empresa de tecnologias educacionais lúdicas - e fellow do Lemann Center for Educational Entrepreneurship and Innovation in Brazil, sediado na Universidade de Stanford, na Califórnia (EUA). A mediação será de Guilherme Cavalcanti.

Todos pela educação

“Mais do que um debate pontual, nosso objetivo é integrar as lideranças da sociedade, empresários, especialistas, organizações ligadas à educação e outros segmentos numa grande frente de defesa da educação como pilar de transformação da sociedade e que exige políticas e metas de longo prazo”, defende Priscila Cruz.

O Todos Pela Educação está em Recife com a Caravana Educação Já, uma iniciativa que percorre estados de todas as regiões do país para engajar líderes, gestores e a comunidade escolar em torno dessa causa, além de promover encontros com os candidatos a governador.

“Entendemos que o Brasil e os estados têm diversos desafios, mas o acesso ao ensino público de qualidade precisa fazer parte da agenda dos governantes, e isso independe de ideologia. É uma questão de planejamento, investimento, metodologia e gestão”, afirma.

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