"VASSALAGEM"

Joaquim Barbosa rebate Ministro da Defesa sobre eleições: "Forças Armadas devem permanecer quietinhas"

Ex-ministro do STF disse que fazer pressão na Justiça Eleitoral é "atitude de vassalagem em relação a Bolsonaro"

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Rodrigo Fernandes

Publicado em 07/07/2022 às 10:37 | Atualizado em 07/07/2022 às 10:46
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O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, rebateu as declarações do Ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira sobre a participação das Forças Armadas nas eleições.

Barbosa retrucou uma fala dada pelo Ministro durante audiência na Câmara dos Deputados na última quarta-feira (6). Na ocasião, Nogueira afirmou que as Forças Armadas estavam “quietinhas em seu canto” e foram chamadas pelo Tribunal Superior Eleitoral a colaborar com a transparência das eleições.

Por meio de publicações no Twitter nesta quinta-feira (7), Joaquim Barbosa escreveu: “Ora, general, as Forças Armadas devem permanecer quietinhas em seu canto, pois não há espaço para elas na direção do processo eleitoral brasileiro".

Durante a reunião na Câmara dos Deputados, o Ministro da Defesa negou que estivesse duvidando do processo eleitoral brasileiro.

“Sabemos muito bem que esse sistema eletrônico necessita sempre de aperfeiçoamento. Não há programa imune a ataque, imune a ser invadido. Não estamos duvidando ou achando isso ou aquilo outro, mas simplesmente com espírito colaborativo”, disse Nogueira.

 

Reprodução/Twitter
Pelo Twitter, Joaquim Barbosa respondeu ao Ministro da Defesa sobre Forças Armadas nas eleições: "vassalagem a Bolsonaro" - Reprodução/Twitter

Na sequência de publicações contra as falas de Nogueira, o ex-ministro Joaquim Barbosa foi contundente:

“Insistir nessa agenda de pressão desabrida e cínica sobre a Justiça Eleitoral, em clara atitude de vassalagem em relação a Bolsonaro, que é candidato à reeleição, é sinalizar ao mundo que o Brasil caminha paulatinamente rumo a um golpe de Estado. Pense nisso, general". escreveu.

“Um aspecto importantíssimo, que singulariza o Brasil no concerto das democracias, reside precisamente no seguinte: temos um ramo da Justiça, independente, concebido precisamente para subtrair o processo eleitoral ao controle dos políticos. E dos militares de casaca, claro”, finalizou Barbosa.

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