Justiça eleitoral

Bolsonaro diz que Fachin deveria se declarar suspeito no TSE

Bolsonaro volta a atacar ministros do STF, em especial o presidente do TSE, Edson Fachin

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Jamildo Melo

Publicado em 14/07/2022 às 13:51 | Atualizado em 14/07/2022 às 13:58
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No Maranhão, Bolsonaro disse nesta quinta que o presidente do TSE, ministro Edson Fachin, e o ministro Alexandre de Moraes deveriam se declarar suspeitos e deixar os cargos, informa Leandro Magalhães, na CNN Brasil.

“Fachin disse que auditoria não serve para mudar resultado de eleição. E então para que auditoria então? Vamos supor que se faça autoria e plote algo de errado. Vai ficar errado?"

"E veja outra incoerência do ministro Fachin. Falou que a maioria das proposta das Forças Armadas vão ficar para 2026. Se vão ficar para 2026 são bem-vindas. Por que não pode agora? O que ele está escondendo?"

"E quem tirou o Lula da cadeia foi o Fachin. Tirou para a cadeia para quê? Para concorrer as eleições. Ele deveria se declarar suspeito. E sair fora da presidência do TSE".

"O Alexandre de Moraes foi secretário de Segurança do Alckmin em São Paulo. E está o Alckmin junto com o Lula. Eu, o chefe do Executivo, estou lutando pela transparência. É muito suspeito o que está acontecendo ao não aceitar as sugestões das Forças Armadas”, afirmou.

NELSON JR./ASCOM/TSE
CUIDADOS.TSE tem investido cifras milionárias para reforçar o esquema de segurança do prédio e dos ministros - NELSON JR./ASCOM/TSE

Críticas a Barroso também

“O Barroso mentiu, quando estava no Reino Unido, falando que ano passado queríamos aprovar uma PEC para voltar o voto em papel com contagem manual. Repito: Barroso, tu é um mentiroso. Alexandre de Moraes, fala tanto em fakenews, abre um processo contra ele”.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que defende o voto eletrônico, mas que ele seja auditável.

Sobre as declarações do presidente, a CNN entrou em contato com as assessorias de imprensa do STF e do TSE e aguarda as respostas dos ministros Barroso, Fachin e Moraes.

ANTONIO AUGUSTO / TSE
Bolsonaro terceirizou um conflito com Luís Roberto Barroso (foto) - ANTONIO AUGUSTO / TSE

Forças armadas

O presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou novamente, nesta quinta-feira (14), em Imperatriz, no Maranhão, decisão do Tribunal Superior Eleitoral de não acatar sugestões das Forças Armadas para as eleições de outubro.

“As Forças Armadas levantaram centenas de vulnerabilidades e apresentaram sugestões e o ministro Fachin não quer aceitar as sugestões. A essência da democracia é o voto contado e não um voto dentro de uma urna eletrônica que vem causando dúvidas há muito tempo. Até no próprio PT, antes de 2002, o José Dirceu criticava o voto eletrônico. Nós aprovamos por quatro vezes proposta para auditar os votos e o Supremo barrou todas as vezes”.

Jair Bolsonaro falou que irá se reunir com embaixadores na próxima segunda-feira (18) para explicar o sistema eleitoral brasileiro. O presidente disse que irá mostrar documentos do próprio TSE.

“Na segunda estarei com dezenas de embaixadores, explicando o nosso sistema eleitoral para eles e explicando o inquérito de 2018 que não foi fechado ainda, onde está bem claro, que o TSE informou à Polícia Federal que os hackers ficaram oito meses dentro dos computadores com a senha do ministro e a senha de um servidor da casa. E, quando a PF pediu os logs, sete meses depois o TSE haviam dito que foram apagados. Não podemos ter uma eleição com o manto da desconfiança.”

Em tom de ironia, o presidente emendou: “Se o Lula está bem, por que não garantir a eleição dele? Garantir que não vai haver fraude? Porque tudo pode acontecer e ele ganhar a eleição.” “Temos documentos do próprio TSE conosco. A gente trabalha com muita responsabilidade. As eleições não são dos poderes. São da população”, afirmou Bolsonaro.

“É lamentável o que está acontecendo, alguns falam choro de derrotado, olha, se o Lula ganha no primeiro turno, vamos garantir, que ele ganha no primeiro turno”, disse ainda, em tom irônico, o presidente.

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