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VÍDEO: Marcelo Xavier, presidente da Funai, é expulso por ativista de evento em Madri: "miliciano", "assassino"

Marcelo Xavier, indicado por Bolsonaro à presidência da Funai, foi expulso de um evento em Madri sob protesto; "O Itamaraty é uma vergonha, está sendo babá de miliciano", disse o ativista

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Antônio Gois

Publicado em 21/07/2022 às 10:20 | Atualizado em 16/09/2022 às 16:10
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Nesta quinta-feira (21), o delegado da Polícia Federal Marcelo Xavier, indicado por Jair Bolsonaro (PL) à presidência da Funai, foi expulso de um evento em Madri sob protesto de um ativista.

O evento em questão é o III Encontro de Altas Autoridades da Ibero-América com Povos Indígenas, que acontece na capital espanhola.

Ricardo Rao, ativista responsável pelo protesto contra Xavier, acusou o presidente do órgão de ser o responsável pelo genocídio de povos indígenas e pelas morte de Bruno Pereira, indigenista assassinado há cerca de um mês na Amazônia.

Durante o protesto, Rao exclamou: "eu venho denunciar esse assassino, Marcelo Xavier, como inimigo de vocês. [...] Esse homem é um miliciano, não representa a Fundação Nacional do Índio. É um assassino, um miliciano, é amigo de um governo golpista que está ameaçando a democracia no Brasil".

"O Itamaraty é uma vergonha, está sendo babá de miliciano. Marcelo Xavier é um miliciano. É um assassino, responsável pela morte de Bruno Pereira", protestou Rao.

Durante as acusações, Marcelo Xavier levantou e saiu da sala acompanhado por um representante do Itamaraty.

CONFIRA VÍDEO DO MOMENTO:

Em nota, a defesa de Marcelo se manifestou sobre a saída do evento:

A Fundação Nacional do Índio (FUNAI) vem a público manifestar repúdio aos ataques verbais
proferidos contra o Presidente da Fundação, Marcelo Xavier, em2110712022, em Madri, na Espanha,
durante a XVI Assembleia Geral Extraordinária do Fundo para o Desenvolvimento dos Povos
Indígenas da América Latina e do Caribe (Filac).

O Presidente da FUNAI, vítima de agressões infundadas, retirou-se do local, por sua própria
iniciativa, para evitar os devaneios, as ofensas praticadas por ex-servidor da FUNAI e quiçá
quaisquer ataques à integridade fisica, uma vez que o manifestante encontrava-se em nítida situação
de instabilidade.

A FUNAI lamenta o ocorrido e destaca que tais atitudes são irresponsáveis, violentas e
antidemocráticas, inviabilizando, assim, qualquer tipo de diálogo sadio e producente, que deve ser
sempre pautado no respeito entre as partes. A Fundação entende que não se constroem políticas
públicas na base de ofensas e argumentos destituídos de fundamento e provas. Tais atitudes não são
compativeis com o Estado Democrático de Direito.

A Fundação informa ainda que, sobre o caso, foram tomadas providências junto à Polícia Judiciária
da Espanha. É importante ressaltar que, por motivos de segurança, o Presidente da FUNAI optou por
sair voluntariamente do local do evento, dada a atitude hostil e agressiva do manifestante. Inclusive,
os lamentáveis ataques serão objeto de ação judicial por crime contra a honra e ação de indenização
por danos morais.

O manifestante que proferiu de forma agressiva os ataques verbais foi funcionário da FUNAI até o
ano de 2020, tendo sido exonerado na ocasião por não ter cumprido as condições de estágio
probatório. Por fim, a Fundação reforça que, enquanto instituição pública, calcada na supremacia do
interesse público, não coaduna com nenhum tipo de conduta ofensiva, repudia qualquer forma de
desrespeito e segue aberta ao diálogo com os diferentes setores da sociedade.

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