Quem consome tanta droga?

Chegada do PCC ao Cabo de Santo Agostinho é culpa de Lula ou Bolsonaro?

Levantamento do site Fogo Cruzado traz panorama da violência armada nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro e do Recife

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Jamildo Melo

Publicado em 21/07/2022 às 15:52 | Atualizado em 21/07/2022 às 15:56
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A jornalista Cecília Olliveira, do Instituto Fogo Cruzado, volta a destacar em novo artigo o avanço do  PCC nas terras pernambucanas, em especial no Cabo de Santo Agostinho, que divide com Ipojuca o porto de Suape.

O mote agora é o balanço semestral da entidade, que compara o Rio de Janeiro ao Cabo, no que toca a violência.

Com mais de 15 anos da gestão do PT no plano federal e outros quatro de Bolsonaro, de quem é a culpa pela expansão do crime organizado no Nordeste?

Vejas os termos abaixo. 

Crianças e adolescentes baleados, chacinas policiais, violência no Cabo de Santo Agostinho e na Baixada Fluminense, agentes de segurança vítimas, estes foram só alguns dos destaques apontados pelo Instituto Fogo Cruzado em mais uma edição do Relatório semestral, lançada hoje (21).

Com o objetivo de compreender os diferentes aspectos da violência armada nas quase 40 cidades das regiões metropolitanas do Rio e do Recife, o relatório do Instituto traz uma análise detalhada de como foram os primeiros seis meses do ano.

Cecília Olliveira, diretora executiva do Instituto Fogo Cruzado, avalia o relatório semestral como importante ferramenta para a produção de informação e políticas públicas mais eficazes.

“É a partir da coleta e sistematização de dados que podemos produzir estatísticas e análises, evidenciar problemas e assim, cobrar por melhorias na vida da população. Sem dados transparentes, a população não tem a real noção do que acontece à sua volta e gestores não têm acesso a estatísticas que poderiam servir de base para políticas públicas efetivas”.

Em 2021, Pernambuco foi considerado o pior lugar do Brasil para ser jovem e os dados mapeados pelo Fogo Cruzado neste período confirmam isso. Heloysa Gabrielle, de 6 anos, morta durante ação do Bope em Porto de Galinhas, foi uma das 72 crianças e adolescentes baleados na Região Metropolitana do Recife.

Já no Rio de Janeiro, foram as chacinas que mais chamaram atenção da população. Uma operação policial na Vila Cruzeiro, na Zona Norte, terminou com 23 mortes. Mais de 30 escolas tiveram aulas suspensas naquele dia.

No Rio, a Baixada Fluminense concentrou 481 tiroteios, sendo quase um terço dos registros ocorreram durante ações ou operações policiais.

Em Pernambuco, a violência no Cabo de Santo Agostinho vem chamando a atenção da população mês a mês. O município concentrou 127 tiroteios, mas o número de vítimas foi ainda maior: 153 pessoas foram baleadas.

Cecília Olliveira avalia que a violência em ambas as regiões é resultado de uma negligência histórica.

“Na Baixada, que há décadas é conhecida pela ação de grupos de extermínio, vemos o crescimento das milícias e facções de forma assustadora. O Cabo de Santo Agostinho, que antes era conhecido pelas belas praias, é hoje conhecido também pela ação ostensiva do PCC, que duela pelo domínio da região. Estas situações não ocorrem de um dia pro outro".

"O Estado negligencia as regiões, mas não existe lugar vazio. Alguém vai ocupar. E isso, com um custo altíssimo para a população, do ponto de vista da vida, mas também da economia. A Baixada já teve um peso econômico muito maior no Rio e o Cabo, cuja economia é baseada no turismo, pagam o preço da violência”.

Seja no Rio de Janeiro ou em Pernambuco, os agentes de segurança, dentro e fora das corporações, foram alvo certo da violência armada nos primeiros seis meses do ano. 10 agentes foram baleados no Grande Recife, e outros 66 foram baleados no Grande Rio.

Em ambos os estados, a maioria das vítimas foram atingidas fora do horário de trabalho.

SOBRE O FOGO CRUZADO

O Fogo Cruzado é um Instituto que usa tecnologia para produzir e divulgar dados abertos e colaborativos sobre violência armada, fortalecendo a democracia através da transformação social e da preservação da vida.

Com uma metodologia própria e inovadora, o laboratório de dados da instituição produz mais de 20 indicadores inéditos sobre violência nas regiões metropolitanas do Rio, do Recife e de Salvador.

Através de um aplicativo de celular, o Fogo Cruzado recebe e disponibiliza informações sobre tiroteios, checadas em tempo real, que estão no único banco de dados aberto sobre violência armada da América Latina, que pode ser acessado gratuitamente pela API do Instituto.

 

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