pesquisas eleitorais

Simone Tebet vai escalando na rejeição entre os menos votados

Terceira via afunda em eleição engessada pela polarização entre Lula e Bolsonaro

Imagem do autor
Cadastrado por

Jamildo Melo

Publicado em 25/07/2022 às 12:37 | Atualizado em 25/07/2022 às 13:03
Notícia
X

O cientista político Antônio Lavareda, do Ipespe, aponta que começou uma escalada da rejeição dos menos votados.

"À medida que vão se tornando mais conhecidos, seus percentuiais de “NÃO VOTARIA DE JEITO NENHUM” Caminham para ultrapassar os 40%", diz.

O quadro abaixo, comparando dados da pesquisa anterior e da atual, evidencia a correlação entre a redução do desconhecimento e o aumento da rejeição dos nomes menos competitivos.

Simone, Janones, Felipe e Luciano transportaram para a rejeição todo o montante de conhecimento que conseguiram adquirir - por meio de viagens, entrevistas e comerciais partidários - no intervalo dos levantamentos.

Já o potencial de voto ( “votaria com certeza” + “poderia votar”) ficou estável para Felipe, e recuou no tocante à Simone, Janones e Luciano.

Quanto a Lula, Bolsonaro e Ciro, conhecidos por quase 100% dos entrevistados, as atitudesaparecem “engessadas”, com movimentos muito discretos. O potencial de Lula declinou um ponto no período e a rejeição continuou igual.

Em movimento inverso, o potencial de Bolsonaro cresceu um ponto e sua rejeição diminuiu na mesma proporção. Ciro veio dois pontos abaixo no potencial, manteve o nível de rejeição e, o que é raro acontecer, cresceu dois pontos o montante dos que disseram ainda não “conhecê-lo o suficiente”.

BIPOLARIZAÇÃO NÃO ARREFECE

De acordo com a pesquisa Ipespe, aumentou o grau de interesse no pleito, de 69% para 71%;

E os dois líderes concentram 70% do voto espontâneo - os demais somados não chegam a 10%.

Lula aparece com 40% e Bolsonaro com 30%, ambos ganhando um ponto e voltando ao que tinham em maio. Ciro oscilou para baixo, com 4%; Simone e Marçal comparecem com 1%; nenhum dos outros dessa feita registra 0,5% de menções.

Avaliação e aprovação do presidente se entrelaçam com o voto.

Antônio Lavareda observa que nesta pesquisa, o governo ganhou um ponto na avaliação positiva (ÓTIMO/BOM VAI DE 31% A 32%) e na aprovação (DE 35% A 36%).

A opinião negativa (Ruim/ Péssima), (agora 49%) foi reduzida simetricamente, bem como a desaprovação - que mediu 59%, pela primeira vez em um ano vindo abaixo dos 60%.

"Eu já comentei que desde o final do primeiro trimestre, com a campanha francamente antecipada, a diferença entre os valores assumidos por essas variáveis e os da intenção de voto do Presidente vem se desvanecendo, o que em outros pleitos só ocorre bem mais adiante".

"No Brasil, a avaliação dos Presidentes, Governadores e Prefeitos costuma melhorar em junho/julho dos anos de eleição, capitalizando os intensos investimentos publicitários deflagradas até 30 de junho, prazo limite da legislação eleitoral".

"Da mesma forma, e pelo mesmo motivo, cresce nesse período o volume de inaugurações e atos oficiais, tudo junto contribuindo para acentuar o que a ciência política denomina “a vantagem do incumbente” - uso da máquina, além do manejo da agenda pública, que os governantes detém".

"Esse fator, nesse ano especificamente, foi reforçado pela ofensiva vitoriosa do Presidente e seus aliados no Congresso para baixar o preço dos combustíveis em junho, e sobretudo pela viabilização da PEC que em julho atropelou pela primeira vez na história o período de vedação legal e criou novos benefícios pecuniários para diversos segmentos do eleitorado".

"Esses fatos alimentaram a expectativa de um movimento ascensional mais vigoroso na curva de aprovação do Governo, ainda não confirmada nesse levantamento".

"A esperança do campo oficial mira, então, em eventuais mudanças no humor dos que receberão o primeiro pagamento do auxílio turbinado, uma vez lhes chegando às mãos no início de agosto".

 

Tags

Autor