ELEIÇÕES 2022

Em Pernambuco, candidaturas proporcionais dão dor de cabeça a diferentes chapas

Na reta final das convenções, a dor de cabeça para diferentes partidos, foi – e está sendo, para algumas legendas – a matemática para disputas proporcionais

Augusto Tenório
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Augusto Tenório
Publicado em 06/08/2022 às 9:35
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LUCIANO BIVAR, CONVENÇÃO MIGUEL COELHO - FOTO: REPRODUÇÃO
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Na reta final das convenções partidárias, as candidaturas majoritárias em Pernambuco se encontravam encaminhadas, com os nomes que disputariam o Governo e o Senado já definidos. A dor de cabeça para diferentes partidos, foi – e continua sendo, para algumas legendas – a matemática para disputas proporcionais.

A configuração das candidaturas a deputado federal e deputado estadual foi objeto de intensa discussão e irresoluções em todas as chapas. A situação mais explícita foi a do União Brasil, diante da desistência de Luciano Bivar de concorrer à Presidência da República.

O presidente do UB visa uma vaga na Câmara dos Deputados, numa movimentação que pegou mesmo os aliados do partido, em Pernambuco, de surpresa. Nos bastidores, a alta cúpula da legenda no estado deixou claro o incômodo com a postura do dirigente.

MAX BRITO/DIVULGAÇÃO
RECIFE Encontro integrou uma série de eventos no Grande Recife - MAX BRITO/DIVULGAÇÃO

Isso porque a legenda já havia organizado o desenho das candidaturas proporcionais, na expectativa de eleger dois deputados federais: os ex-ministros Mendonça Filho e Fernando Filho. Com a decisão de Bivar, foi necessário um rearranjo para eleger três nomes à Câmara.

Nesse sentido, quadros que disputariam a eleição para deputado estadual precisaram 'subir' para federal, a exemplo de Dilson Oliveira e o influenciador Galo Cego. O intuito é fazer a chamada 'cauda' para o União Brasil chegar ao coeficiente necessário para eleger mais um deputado.

Além disso, a legenda precisou ceder votos a Bivar, para garantir ao dirigente a terceira colocação do União Brasil. Sabe-se que ele possui controle sobre prefeituras de cinco cidades, mas outras bases foram somadas ao seu eleitorado para esta eleição.

LUCIO BERNARDO JR/AGÊNCIA CÂMARA
Fernando Filho (DEM), deputado federal - LUCIO BERNARDO JR/AGÊNCIA CÂMARA

Na eleição passada, Luciano Bivar teve 118 mil votos, enquanto Fernando Filho obteve 92 mil. Mendonça não disputou o cargo de deputado federal: foi candidato ao Senado, ficando em terceiro lugar, com 1.3 milhão de votos, quase 20% do total.

Presidente do União Brasil em Pernambuco, Marcos Amaral foi convocado para segurar os votos de Bivar num contexto em que o aliado se candidataria à Presidência. No novo cenário, o dirigente estadual sai da disputa para federal.

A situação foi remediada e membros do União Brasil confirmam que o partido, após o difícil rearranjo, elege três deputados. Otimista, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB) fala publicamente na eleição de quatro nomes, mas aliados afirmam que o cálculo realista aponta três eleitos.

Mas candidatos a deputado estadual dão conta da insatisfação com a 'perda' de nomes para a disputa à Câmara Baixa. No União Brasil, trabalha-se com cenário de eleição de cinco nomes para estadual.

PSDB de Raquel Lyra em situação delicada na proporcional

Enquanto isso, entre os tucanos, há receio sobre as candidaturas para federal. Isso porque Guilherme Coelho (PSDB), ex-prefeito de Petrolina, foi escolhido pela legenda para ser o candidato ao Senado. A escolha ocorreu após Armando Monteiro (PSDB) confirmar que não é candidato a cargo algum, a despeito de pontuar bem nas pesquisas para a Câmara Alta.

Dessa forma, a chapa de deputados federais do PSDB e do Cidadania, partidos federados, ficou prejudicada. Guilherme Coelho, segundo aliados tucanos, seria um importante nome para a aliança somar os votos necessários para garantir presença na Câmara dos Deputados.

BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
Daniel Coelho na convenção do PSDB e Cidadania oficializou candidatura de Raquel Lyra ao Governo de Pernambuco - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM

Neste momento, trabalha-se com panorama de eleição de Daniel Coelho (Cidadania), que obteve quase cem mil votos na eleição de 2018. Mas tucanos ainda não garantem coeficiente para eleger mais um nome.

Para eleger um deputado federal, calcula-se ser necessário um montante de 180 mil votos. Nos bastidores, a coluna apurou que quadros já negociam migrar, mesmo informalmente, a palanques adversários.

Frente Popular não passa ilesa

Enquanto isso, o PSB também precisou fazer rearranjos para acomodar aliados. Danilo Cabral (PSB) cedeu três bases a Eduardo da Fonte, presidente do PP em Pernambuco. O intuito é fazer com que o cacique eleja seu filho, Lula da Fonte, uma das apostas da legenda neste ano.

Mas o Partido Progressista ainda deve fazer mais nomes. Uma das vagas, avaliam interlocutores ouvidos pela coluna, é de Fernando Monteiro. A última deve disputada entre Clarissa Tércio e Michele Collins, líderes da Frente Evangélica e rivais na disputa pela representação desse público. Um cacique do PP afirma que, nos bastidores, a eleição de Tércio é vista como a mais viável.

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