Eleições 2022

ELEIÇÕES 2022: Ciro, Tebet e a terceira via que não vingou

Ciro obteve 3,06% dos votos. Já Simone, 4,22%. Tebet passou Ciro na reta final das eleições.

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Jones Johnson

Publicado em 02/10/2022 às 21:24 | Atualizado em 02/10/2022 às 21:25
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Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) foram os candidatos mais bem colocados da chamada "terceira via", uma alternativa às candidaturas de Lula (PT) e Bolsonaro (PL), que se alinham à esquerda e à direita, respectivamente.

Com 96,56% das urnas apuradas, Ciro teve 3,06% dos votos e Tebet (MDB), 4,22%. Tebet surpreendeu, passando Ciro na quantidade de votos na reta final.

O agregador de pesquisas do JC mostrou que, apesar de ambos se apresentarem como nomes viáveis para a Presidência, isto não ocorreu.

No caso de Ciro, houve perda de intenções de voto e Simone, apesar de ter crescido desde o início das pesquisas eleitorais, teve um aumento modesto.

Trajetória de Ciro Gomes

Ciro Gomes começou sua carreira política no PDS (Partido Democrático Social), sucessor do ARENA (Aliança Renovadora Nacional), partido alinhado com o regime militar.

Depois filiou-se ao PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro), foi prefeito de Fortaleza, mas deixou o cargo para disputar o governo do Ceará, para o qual foi eleito em 1990 já no PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira).

No governo de Itamar Franco, foi ministro da Fazenda e ficou no PSDB até 1996, quando se filiou ao PPS (Partido Popular Socialista). Em 1998, candidatou-se à presidência pela primeira vez e foi oposição à Fernando Henrique Cardoso e terminou a disputa em terceiro lugar, com 10% dos votos.

Nas eleições de 2002, Ciro também foi candidato, mas desta vez a vitória foi de Lula. Ciro terminou a disputa em quarto lugar, com aproximadamente 12% dos votos. Entre 2003 e 2006 foi ministro da Integração Nacional do governo Lula.

Em 2018, terminou a eleição em 3º lugar e começou a trabalhar a viablidade do seu nome para o pleito de 2022.

Nas eleições de 2022, Ciro se posicionou como um caminho fora da polarização Lula-Bolsonaro e iniciou a campanha com o livro do Plano Nacional de Desenvolvimento (PND), que tinha propostas mais alinhadas à esquerda, seguido pelo investimento em presença digital do candidato.

Ao longo da campanha, foi aproximando suas estratégias de comunicação das táticas bolsonaristas. Sofreu duras críticas e não conseguiu emplacar como "unica alternativa", como disse em vários de seus discursos. Grupos do PDT, seu atual partido, pediram que ele retirasse sua candidatura, mas ele manteve sua posição, realizando um pronunciamento na última semana de campanha.

Os resultados de Ciro ao final desta campanha são menores que os números de 2018, quando obteve 12,47% dos votos.

Ciro terminou a campanha com XX% dos votos válidos.

Trajetória de Simone Tebet

A senadora Simone Tebet (MDB) teve destaque em 2021, devido à sua atuação durante a CPI da Covid-19. A senadora protagonizou vários embates com os investigados por corrupção na compra de vacinas e ítens essenciais, assim como o caso da cloroquina, remédio sem eficácia comprovada que foi defendido pelo então presidente Jair Bolsonaro e pela ala ideológica do Ministério da Saúde.

Tebet é senadora pelo Mato Grosso do Sul (MS) e se identifica como social-liberal, e faz uma campanha de centro, se situando como "terceira via".

Iniciou sua carreira política em 2002 como deputada estadual no MS. Em 2004 foi eleita prefeita de Três Lagoas (MS), sendo a primeira mulher a chefiar o Executivo municipal e ficou conhecida pelo investimento na industrialização da cidade.

Foi candidata à vice-governadora do estado do MS em 2010 e em 2014 candidatou-se ao senado. Em 2016, votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff e da PEC do Teto dos gastos públicos.

Em 2018 tornou-se líder da bancada do MDB no Senado e lá permaneceu até janeiro de 2019, quando foi eleita presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, a mais importante do Senado Federal.

Um dos principais temas defendidos por Simone no Senado é a suspensão da demarcação de terras indígenas, proposta que é alvo de muitas críticas por parte de entidades e defensores dos direitos dos povos originários.

Em 2021 foi indicada pelo MDB para concorrer à Presidência da República. Em campanha, se saiu muito bem em todos os debates que participou, porém, não obteve votação expressiva capaz de levá-la ao segundo turno destas eleições.

Tebet finalizou sua campanha com XX% de votos válidos.

Terceira via nas eleições de 2026

Caso pretendam concorrer às eleições de 2026, os candidatos da terceira via, como Ciro e Tebet, precisam trabalhar para se manter relevantes nos próximos quatro anos.

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