Eleições 2022

Paulo Guedes vai congelar o salário mínimo em 2023? Confira a repercussão nas redes

Nas redes sociais, vários economistas criticaram o 'Plano Guedes'.

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Jones Johnson

Publicado em 20/10/2022 às 13:48 | Atualizado em 21/10/2022 às 15:52
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Já pensando na reeleição de Jair Bolsonaro (PL), o ministro da Economia, Paulo Guedes, planeja congelar o salário mínimo no ano que vem.

Ele faria isso apresentando uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) no dia 31 de outubro, um dia após o resultado do segundo turno, com intenção de reformular o teto de gastos e "quebrar o piso", ou seja frear as despesas que fazem parte do Orçamemento, como as aposentadorias e salários mínimos.

O valor do salário mínimo hoje é determinado pela Constituição, que informa reajustes periódicos para que o poder de compra seja assegurado, garantindo, pelo menos, a correção do valor pela inflação.

Já o piso dos benefícios previdenciários, como as aposentadorias, precisam seguir o valor do salário mínimo. Em 2023, o governo Bolsonaro quer que o salário mínimo seja reajustado apenas pela inflação, sem aumento real do valor.

De acordo com o plano de Paulo Guedes, tanto o valor do salário mínimo quanto os benefícios previdenciários iriam considerar a inflação projetada do ano recorrente, ao invés de ser baseada no ano anterior, como já é atualmente.

De forma prática, caso esse plano estivesse em vigor este ano, o valor do salário para 2023 teria um aumento de 5,03%, de acordo com o IPCA projetado ainda no início de 2022 ou 3,5%, caso fosse considerado a meta da inflação do ano de 2022.

Em resumo, o valor do salário que hoje é de R$ 1.212,00 passaria a ser de R$ 1.254,42 em 2023 de acordo com o modelo proposto pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

Nas redes sociais, economistas e políticos fizeram críticas negativas ao modelo do ministro. Confira:

O SINDNAPI (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos), por meio de nota, afirmou que a entrevista concedida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes sobre o reajuste do Salário Mínimo "é inaceitável".

A nota, assinada pelo presidente do Sindicato, João Inocentini, considera "fundamental votar em candidatos que têm propostas e compromissos que visam melhorar a vida dos aposentados e pensionistas".

Confira a nota na íntegra

Retirar o índice de reajuste do Salário Mínimo é crueldade com aposentados e pensionistas

O Ministro da Economia, Paulo Guedes, concedeu entrevista ontem, declarando que pretende desindexar o reajuste do Salário Mínimo. Na prática, isso significa que o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) não seria mais utilizado como referência de reajuste do Salário Mínimo, fazendo com que 70% dos aposentados e pensionistas tivessem seus rendimentos ainda mais achatados e corroídos pela inflação. Isso é inaceitável!

Segundo estudo desenvolvido pelo Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos, sob coordenação do economista Miguel Huertas Neto, o impacto negativo de uma medida insensata como esta impactaria negativamente 56 milhões de brasileiros e suas famílias, que têm seus rendimentos atrelados ao Salário Mínimo, sendo eles: 24,1 milhões de aposentados e pensionistas do INSS; 19,5 milhões de empregados no setor privado e 12,3 milhões de trabalhadores por conta própria.

O Salário Mínimo, atuais R$ 1.212,00, está há quatro anos sem reajuste real. Ou seja, neste período, o governo só repôs a inflação baseada no índice do INPC, sem aumento real (além da inflação) e, diante de uma grave crise econômica, com a disparada dos preços, o Mínimo já é insuficiente para que o cidadão consiga comprar uma cesta básica.

Os representantes políticos brasileiros precisam estabelecer medidas para o fortalecimento do Salário Mínimo, aplicando anualmente a reposição das perdas inflacionárias e fortalecendo seu poder aquisitivo por meio de aumentos reais, além da inflação.

Promover ainda mais o achatamento do Salário Mínimo é uma medida desumana, que fere os princípios básicos para assegurar uma vida minimamente digna para aposentados, pensionistas, idosos e trabalhadores.

Por isso, nestas eleições, é fundamental votar em candidatos que têm propostas e compromissos que visam melhorar a vida dos aposentados e pensionistas. A hora é agora! Um futuro digno, com renda decente e qualidade de vida está em suas mãos. Depois não adianta lamentar.

João Inocentini

Presidente Nacional do Sindicato dos Aposentados, Pensionistas e Idosos

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