Navio Fantasma

NAVIO FANTASMA em PERNAMBUCO: sociedade civil envia nota de repúdio sobre porta-aviões em SUAPE; confira

Confira a nota da sociedade civil e outras entidades que repudiam a atracação no Porto de Suape.

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Jones Johnson

Publicado em 17/11/2022 às 14:00
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Desde agosto, o navio São Paulo, ex-porta-aviões da Marinha do Brasil foi comprado pela empresa turca SOK em 2020, com o objetivo de ser reciclado em um dos estaleiros do país.

Porém, em agosto o navio saiu do Brasil mas teve que retornar. Segundo a empresa, notícias falsas levaram as autoridades turcas a suspender a autorização, cumprindo a Convenção da Basileia.

Desde então, o navio se encontra atracado próximo ao Porto de Suape, sem previsão de retirada. A empresa chegou a pedir uma indenização ao governo de Pernambuco alegando cobrir os gastos que estão tendo enquanto as autoridades brasileiras não definem a situação do navio.

A sociedade civil enviou uma nota de repúdio sobre a atracação em Suape. A nota lembra que entidades de empresas do segmento, sindicatos de trabalhadores, entidades do meio acadêmico e de pesquisa já
repudiaram a atracação do navio alegando risco ambiental, que só não ocorreu por decisão da Justiça Federal.

Confira a nota

"Na tarde do feriado da Proclamação da República (15), dezenas de ativistas se concentraram em frente à sede da Capitania dos Portos, no Bairro do Recife, munidos de faixas e cartazes, para chamar a atenção da população para o problema. “Porta-aviões, aqui não”, “Help”, Xô casco”, eram algumas das frases estampadas nas faixas".

Divulgação
Ativistas protestando contra a atracação do Navio no Porto de Suape. - Divulgação


“Estamos muito preocupados com o potencial perigo que o porta-aviões possa trazer ao meio ambiente. Todos já sabem da carga de amianto e que a embarcação foi pintada com cadmo, um elemento que pode conter radioatividade".

Por isso, é importante que a sociedade pernambucana esteja atenta aos riscos que estamos correndo”, ressaltou o ambientalista Alexandre Carvalho, presidente do Instituto de Pesquisa e Preservação Ambiental Oceanário de Pernambuco, um dos ativistas que lideraram o protesto". 

ABTP e AsseSuape alertam para risco na logística

“Chamamos a atenção para os significativos problemas de uso da infraestrutura pública no Porto de Suape que poderiam ser acarretados com a entrada da embarcação. Receia-se que toda a cadeia de prestadores de serviço logísticos possa vir a ser afetada por causa do uso, sem prazo definido, pelo porta- aviões”, critica a nota da Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP).

“Em defesa dos interesses das empresas de toda comunidade portuária, dos trabalhadores portuários que podem ficar expostos a material tóxico e do nosso meio ambiente, bem como de todos os cidadãos pernambucanos, são evidentes os riscos econômicos e ambientais que poderão advir dessa situação”, enfatiza a nota divulgada a pela Associação das Empresas de Suape (AsseSuape).

Fórum de Suape também repudia a atracação

"O Fórum Suape - Espaço Socioambiental e outras nove entidades representativas de pescadores, moradores e pequenos trabalhadores das comunidades do território estratégico do complexo industrial portuário também divulgaram nota em repúdio ao pedido de atracação do porta-aviões no porto.

"A exemplo das empresas e dos sindicatos, externam a preocupação com os danos ambientais que poderiam ocorrer na região, afetando o ecossistema e a sobrevivência de centenas de famílias". 

Apoio internacional

A AAPA (Associação Americana de Autoridades Portuárias) também é a favor do Porto de Suape não receber a embarcação:

“A Autoridade Portuária e o Governo do Estado peticionaram e receberam apoio jurídico preventivo da Justiça Federal do Brasil para evitar uma ação forçada da Marinha para receber o porta-aviões no atracadouro pernambucano". A medida pode causar riscos ambientais, sanitários e operacionais”.

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