Lula de volta

Pesquisa avaliou qualidade de vida da população da RMR nos 100 dias do governo Lula

"Ainda não se tem algo palpável. O que significa que, para o recifense, o Governo Lula ainda não conseguiu imprimir uma marca",diz pesquisa sobre 100 dias de Lula

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Jamildo Melo

Publicado em 10/04/2023 às 18:00 | Atualizado em 10/04/2023 às 18:04
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Tomando como base os 100 primeiros dias de mandato do Governo Lula, a Faculdade Frassinetti do Recife (Fafire), através da Fafire Inteligência de Mercado – grupo de estudos da instituição – lança pesquisa inédita que avalia a qualidade de vida dos moradores da Região Metropolitana do Recife (RMR) nesse período.

O documento tem como principal objetivo aferir qual a percepção da população sobre os impactos causados durante os 3 primeiros meses da gestão. Como está a vida dessas pessoas hoje? A abordagem versou em cinco estratos principais: se está muito melhor; melhor; a mesma de antes; piorou; ou, se está muito pior.

O estudo foi realizado no período de 28 a 31 de março passado e, no total, 542 pessoas com idades entre 18 e 65 anos, foram entrevistadas em diversos espaços públicos do Recife. Entre as variáveis socioeconômicas da pesquisa estavam gênero, faixa etária, escolaridade e faixa de renda.

De acordo com o economista e coordenador da Fafire Inteligência de Mercado, Tarcísio Regis Bastos, a instituição buscou um viés diferente do que é divulgado pelo Instituto Datafolha em nível nacional, que diz respeito à aprovação ou não do novo presidente da República.

“Não é uma análise de como está o governo, mas sim da percepção das pessoas com relação aos impactos causados diretamente em suas vidas, no seu cotidiano”, enfatiza.

Para o advogado e cientista político, Felipe Ferreira Lima, professor do curso de Direito da Fafire e consultor da pesquisa, a ideia da análise foi tentar despir um pouco as influências eleitorais dos cidadãos recifenses e fugir da discussão meramente política.

"O que se percebeu foi que, com base nos resultados colhidos, nesse período, a vida permaneceu inalterada para aproximadamente 50% do universo de entrevistados. Vale ressaltar que as mulheres representam cerca de 57% do número total de pesquisados e que elas tem uma visão mais positiva do que os homens. O que leva a refletir sobre a liderança da expressividade feminina em todo o país nas urnas. O recorte da nossa pesquisa atesta esse dado”, observa.

No que diz respeito às melhorias, 34,51% do total afirmaram que a vida para eles “melhorou” ou “melhorou muito”. Neste percentual, a grande maioria tem faixa salarial de um salário mínimo. O professor lembra que esse número é basicamente o percentual da preferência do cidadão recifense que o presidente tinha nas pesquisas antes do resultado das urnas, que era na faixa dos 30 a 40%. “Com isso, podemos supor que esse número representa estas pessoas que votaram convictamente em Lula, não o tratando como uma alternativa de rejeição, mas que aquela pessoa acreditava ser ele a melhor opção”, pontua Ferreira Lima.

Já o percentual daqueles que responderam que a vida “piorou” ou “piorou muito”, que ficou em aproximadamente 15% dos entrevistados, percebe-se que esse número equivale a rejeição que já existe na RMR, e diz respeito não só a figura de Lula, como também ao PT propriamente dito. É uma abordagem mínima, mas que está presente. Que está consolidada.

Na análise das idades, da faixa etária dos entrevistados, o motor propulsor foi a juventude, especialmente dos 18 aos 24 anos de idade. Número esse que confirma um dos braços utilizados pelo marketing da campanha de Lula, responsável pelo incremento no número de votos.

“Esse extrato da nossa pesquisa é o maior de todos. Os jovens acreditam que a vida “continua como antes” ou “melhorou muito”. Na avaliação, 34% deles responderam que “continuam como antes”. E 31,25% acreditam que “melhorou muito”. “Resultado que mostra a confirmação da efetividade da aposta feita na campanha eleitoral”, enumera o cientista político.

O estudo constata que a maioria da população ainda não percebe no dia a dia alguma diferença que foi gerada pelo resultado da eleição.

“Ainda não se tem algo palpável. O que significa que, para o recifense, o Governo Lula ainda não conseguiu imprimir uma marca, algo que possa ser associado à gestão. E este é um desafio para todo governante em qualquer esfera que ele esteja”, considera o professor Felipe Ferreira Lima.

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