MISSA

TCE vai apurar possíveis irregularidades na concessão do Parque Nacional da Missa do Vaqueiro, em Serrita

Missa do Vaqueiro 2023 foi realizada entre 19 de 23 de julho, em Serrita

Imagem do autor
Cadastrado por

Rodrigo Fernandes

Publicado em 28/07/2023 às 9:55
Notícia
X

O Tribunal de Contas de Pernambuco vai realizar uma auditoria especial para analisar denúncias de irregularidades na privatização do Parque Nacional do Vaqueiro, local onde é realizada a festa da Missa do Vaqueiro, em Serrita. Neste ano, a festividade aconteceu entre 19 e 23 de julho.

A determinação partiu do conselheiro Marcos Loreto, relator das contas de Serrita em 2023. Ele tomou a decisão após indeferir um pedido de Medida Cautelar para suspender o evento, encaminhado pela Fundação Padre João Câncio — que leva o nome do fundador da celebração religiosa.

A fundação pediu a suspensão do evento alegando que o edital de licitação foi aberto no dia 4 de junho, quando a estrutura para os shows já estavam em processo de montagem.

O grupo também denunciou que o valor do objeto licitado teve redução de 40% em relação a 2022, passando de R$ 500 mil para R$ 300 mil, sem justificativas. De acordo com a representação, a empresa vencedora deveria ter sido desclassificada, já que não apresentou documentação na fase de habilitação econômico-financeira.

Ao analisar a demanda, o relator entendeu que a suspensão do evento, às vésperas de seu início, poderia acarretar prejuízos à economia local. Desta forma, ele optou por indeferir a cautelar e determinar a abertura da auditoria.

A decisão foi publicada na última sexta-feira (21) no Diário Oficial Eletrônico do Tribunal. A homologação e o indeferimento da Cautelar, bem como a abertura da auditoria especial, serão apreciados pela Primeira Câmara do TCE nos próximos dias.

Fundação João Câncio acusou prefeitura

Nesta semana, o blog de Jamildo já havia noticiado que a Fundação Padre João Câncio acusou a prefeitura de Serrita e a Diocese de Salgueiro de excluir o grupo da organização do evento. A Missa do Vaqueiro conta com o aporte de mais de R$ 1 milhão do Governo de Pernambuco por meio da Empetur.

Veja a nota da Fundação padre João Câncio na íntegra.

É com profunda tristeza que a FUNDAÇÃO PADRE JOÃO CÂNCIO, que leva o nome do fundador de umas das principais celebrações religiosas do Brasil – A MISSA DO VAQUEIRO –, vem a público externar sua indignação com a manipulação que acabou por alijar a sua participação neste evento tão grandioso, especialmente para o povo nordestino e, em particular, para os pernambucanos.

Hoje, a MISSA DO VAQUEIRO virou um grande negócio que movimenta milhões de reais, principalmente no que podemos chamar da parte “profana”, que por um lado tem um papel positivo ao movimentar a economia do município e região, mas que também contribuiu para uma certa descaracterização do evento e interferindo até na parte religiosa da festa.

E fomos atingidos em cheio.

A partir de um convênio firmado, a Prefeitura Municipal de Serrita e a Diocese de Salgueiro praticamente se tornaram donas da festa. Um dos primeiros reflexos desse acordo foi limar a participação da Fundação, que há mais de 10 anos – junto com a própria igreja – vinha cuidando da celebração, incluindo a participação de artistas locais e dos próprios vaqueiros, razão da existência da missa. Como consequência direta, apresentações desses artistas foram cortadas e o próprio formato da missa foi comprometido.

Da nossa parte, vamos continuar lutando – inclusive por meios legais – para resgatar não apenas o nosso papel de protagonista do evento, mas também para honrar a memória do Padre João Câncio, do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, e do poeta Pedro Bandeira, mentores desta justa homenagem a Raimundo Jacó e a todos os vaqueiros do sertão nordestino.

 

Tags

Autor