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Enquanto João Campos não autoriza armas para guarda municipal, Prefeitura paga R$ 28 milhões em contratos de vigilância armada privada

Gestão de João Campos entrou em polêmica com vereador sobre guarda municipal armada

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Jamildo Melo

Publicado em 01/11/2023 às 14:40 | Atualizado em 01/11/2023 às 14:52
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O Blog teve acesso a dados do Portal da Transparência da Prefeitura e constatou que a Prefeitura do Recife tem aproximadamente R$ 28 milhões em contratos de vigilância armada com empresas privadas.

Os contratos de vigilância armada com empresas privadas estão sendo contestados por guardas municipais, que alegam que Recife é a única capital do Nordeste que ainda não tem guarda municipal armada.

A EMLURB, estatal de limpeza da Prefeitura, tem um contrato de R$ 710.777,83.

O Gabinete do Centro do Recife tem outro contrato de R$ 407.646,48.

A Secretaria de Habitação tem um contrato de R$ 815.292,96.

A Secretaria de Saneamento tem outro contrato de R$ 407.646,48.

O maior contrato é com a Secretaria de Educação do Recife, no valor de R$ 26.233.726,56.

Todos os contratos têm vigência até 2024.

POLÊMICA VEREADOR X SECRETÁRIO

Depois de colocar outdoors em Boa Viagem defendendo uma guarda municipal armada, na capital pernambucana, o vereador Paulo Muniz, do Solidariedade, partiu para cima do secretário Murilo Cavalcanti, responsável pelo Compaz e a pasta de segurança cidadã, chamando-o de covarde e incompetente, por não adotar a medida.

Murilo disse que não iria comentar. "Respeito muito a Câmara Municipal do Recife, mas acho que não devo dar importância a um vereador medíocre como ele", afirmou, ao Blog de Jamildo.

Na semana passada, o secretário de Segurança Cidadão do Recife, Murilo Cavalcanti, afirmou ao JC que essa possibilidade de armar a guarda não está em estudo no Recife. Foi essa fala que fez o vereador pegar ar.

“Não há evidência de que armar a Guarda Municipal irá diminuir a violência. O Brasil vive um momento muito difícil, com explosão da violência em todos os grandes centros urbanos. Salvador (BA) é um exemplo. Mas armar a Guarda não é a pauta do momento”, declarou.

Na semana passada, o secretário de Segurança Cidadão do Recife, Murilo Cavalcanti, afirmou ao JC que essa possibilidade de armar a guarda não está em estudo no Recife. Foi essa fala que fez o vereador pegar ar.

“Não há evidência de que armar a Guarda Municipal irá diminuir a violência. O Brasil vive um momento muito difícil, com explosão da violência em todos os grandes centros urbanos. Salvador (BA) é um exemplo. Mas armar a Guarda não é a pauta do momento”, declarou.

Paulo Muniz é formado em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco, com MBA em Marketing Digital em andamento pela Faculdade Getúlio Vargas.

No setor público, Paulo Muniz atuou como Secretário Executivo do Trabalho e Qualificação de Pernambuco, no Programa Novos Talentos, responsável por criar mais de 20.000 vagas para cursos profissionalizantes. Trabalhou ainda no Ministério das Cidades, onde acompanhou os projetos habitacionais do Minha Casa Minha Vida e do Cartão Reforma no estado.

"O STF já decidiu que a guarda pode ser armada. Não vejo problemas se há treinamento e capacitação. Há muitos municípios onde é armada. São treinados e geralmente comandados por um Coronel da PM como em Gravata e Santa Cruz do Capibaribe. Claro. Fazem cursos na Polícia Federal. Estar nas ruas desarmada é quase próximo de zero em termos de eficácia de atuação. Eles devem defender o patrimônio público municipal, mas há situações em que essa defesa implica na prestação da segurança à população. A questão da visibilidade pela população é muito importante", afirma uma fonte jurídica do blog.

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